Três mil pequenos produtores da Amazônia terão a chance de aumentar a renda familiar com o trabalho de revitalização de 20 mil hectares de florestas nos próximos três anos. Trata-se de mais uma oportunidade aberta pelos esforços globais de enfrentamento da crise climática. Os recursos virão da gigante Amazon – uma das maiores poluidoras do mundo.
A empresa anunciou nesta quinta-feira, 2/9, que pretende retirar 10 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera até 2050. A iniciativa, batizada de “Acelerador de Restauração Agroflorestal” em parceria com a ONG The Nature Conservancy, terá como foco inicial o pequeno produtor, especialmente aqueles que comercializam cacau e outras culturas, do Estado do Pará.
Como é sabido, a atividade comercial da Amazon deixa um rastro de prejuízos ambientais pelo mundo, seja por meio do transporte aéreo ou uso de plástico bolha em suas embalagens. A associação ambientalista Oceana, por exemplo, mostrou em pesquisa de 2019 que a gigante do comércio eletrônico despejou no mundo uma quantidade de plástico suficiente para embalar a Terra 500 vezes com 210 mil toneladas de resíduos plásticos de difícil destinação. A empresa contesta o dado, publicado pelo jornal italiano La Repubblica. Ela diz que são 100 voltas ao planeta.
Neste ano, a Amazon publicou um dado de como a pandemia foi benéfica para seus negócios. Afirma que sua pegada de carbono cresceu 19% no ano passado, pois se apressou em entregar uma onda de pedidos online durante a crise sanitária. Seus negócios emitiram 60,64 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono em 2020 -o equivalente à queima de 140 milhões de barris de petróleo. As emissões de combustíveis fósseis da Amazon também aumentaram 69% no ano passado.
Nos últimos anos, a empresa tem criado políticas para diminuir seu rastro de poluição no planeta. É aí que se insere a iniciativa de investir no meio ambiente, especialmente no Pará.
Seu fundador, Jeff Bezos, um dos maiores bilionários do mundo, deu recentemente um rolê pelo espaço.