O ano de 2025 deve ser marcado por temperaturas acima da média, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, e alto risco de queimadas nos biomas Amazônia e Pantanal. As previsões são de um grupo de órgãos federais que avaliam junto com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) o clima, á agua e o perigo de fogo nos biomas brasileiros para os próximos meses.
No ano passado, 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil. Impulsionado pela seca e pela ação humana, o fogo destruiu principalmente a região amazônica, onde atingiu 17,9 milhões de hectares, o equivalente a 58% do total registrado no País.
De acordo com o estudo, neste ano, o País está sob influência do La Niña, porém, o fenômeno, que normalmente provoca um aumento da quantidade de chuvas, deve ter duração e intensidade menores do que a média. Os dados fornecidos por órgãos como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) servem de base para que o MMA planeje as medidas de prevenção e combate necessárias.
“Os dados apontam para mais um ano crítico e nos colocam em estado de atenção e alerta”, afirmou o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, que completa:. “Diante do quadro, o governo federal intensifica sua atuação para mitigar os efeitos do terceiro ano seguido de seca na Amazônia e segundo no Pantanal. As reuniões de monitoramento climático é uma das frentes de ação, mas há várias outras”.
Para prevenir o impacto das queimadas neste ano, o governo federal já assinou uma portaria declarando estado de emergência ambiental por risco de incêndios florestais em diferentes regiões do País e em períodos específicos. No Pará, as épocas mais críticas são entre maio e dezembro para o Baixo Amazonas, sudoeste e sudeste; e de junho a janeiro para o Marajó, parte do nordeste paraense e a região metropolitana de Belém.
Já as ações de combate ao fogo vão mobilizar 4.608 profissionais, o que representa 25% a mais em relação ao ano passado. Além disso, as áreas mais vulneráveis, como unidades de conservação e imóveis rurais onde ocorre uso do fogo para atividades agropecuárias, precisam contar com planos de manejo integrado do fogo para que seja empregado de forma controlada sem prejudicar os ecossistemas nem as práticas tradicionais.