Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira, 1/09, mostram que agosto registrou 33.116 focos de calor no bioma Amazônia – todos ilegais. Desde 23 de junho o Decreto Nº 11.100 proibiu o uso do fogo na Amazônia e Pantanal. O número alarmante constata que não existe uma política séria de combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia e que, além de destruir a rica biodiversidade da floresta, enchem as cidades da região de fumaça e fuligem.
O total parcial já coloca o mês passado como o pior agosto desde 2010, quando foram identificados 45.018 focos de calor.
O número é tão alto que, segundo o programa de monitoramento ambiental Copernicus, da União Europeia, afetou “seriamente” a qualidade do ar na América do Sul.
A temporada de incêndios geralmente ocorre na Amazônia entre junho e outubro, mas fazendeiros, garimpeiros e grileiros derrubam a floresta e se preparam para queimá-la durante todo o ano.
Do total de focos de calor do ano registrados até 31 de agosto (46.022), houve um aumento de 16,7% em relação ao ano passado, maior número acumulado para o período desde 2019. Desse total, 43% ocorreram apenas em dez municípios da Amazônia, sendo cinco deles localizados na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), considerada a nova fronteira de expansão da economia da destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas.
Outro fator relevante é o avanço das queimadas em terras públicas. Do total de focos de calor, 13,8% ocorreram em Unidades de Conservação (UC), e 5,9%, em Terras Indígenas (TI). Outro dado que preocupa é que mais de 10.600 queimadas, cerca de ¼ do total, ocorreram em florestas públicas não destinadas. Mais um indício do avanço da grilagem.
Fonte: Greenpeace e G1