A floresta amazônica perdeu, somente nos três primeiros meses deste ano, uma área equivalente ao território de Salvador, a 15ª maior capital do País. Conforme dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta segunda-feira, 18/04, foram devastados 687 km², o segundo maior acumulado para o período em 15 anos — desde que a instituição iniciou seu monitoramento por imagens de satélite, em 2008.
O Pará aparece em segundo lugar, com 27% da derrubada da Amazônia, 33 km². Desse total, 21% (7 km²) foram registrados apenas dentro de duas unidades de conservação, a APA Triunfo do Xingu e Flona do Jamanxim. Elas foram as áreas protegidas com maior derrubada na floresta em março, 5 e 2 km², respectivamente.
Em primeiro está o vizinho Mato Grosso. Em março, 46% de todo o desmatamento registrado na Amazônia ocorreu lá: 57 km². Esse foi o terceiro mês consecutivo em que o Estado liderou o ranking na região. Além disso, metade dos 10 municípios que mais desmataram ficam em solo mato-grossense: Nova Ubiratã, Juara, Feliz Natal, Porto dos Gaúchos e Juína. Juntos, eles somaram 35 km² de floresta derrubada, 61% do registrado no Estado.
O terceiro Estado com maior desmatamento em março foi Roraima, com 11% (13 km²), sendo 62% (8 km²) apenas no município de Rorainópolis. Em quarto ficou o Amazonas, com 10% (12 km²), todos registrados em apenas um município: Lábrea, no sul do Estado.
O primeiro trimestre só não foi pior do que no ano passado, quando a derrubada da floresta chegou aos 1.185 km². Na comparação com 2021, o acumulado deste ano foi 42% menor. Isso porque, embora o instituto tenha registrado aumento no desmatamento em janeiro e em fevereiro, em março houve uma queda de 85%: a devastação passou de 810 km² em 2021 para 123 km² em 2022. Porém, pesquisadores alertam que é muito cedo para celebrar.
Fonte: Imazon