O primeiro mês de 2025 registrou altas significativas nos índices de desmatamento e degradação na Amazônia Legal. Segundo dados do Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), foram 133 km² de floresta derrubada em janeiro deste ano contra 79 km² no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 68%.
Os índices de degradação ambiental, isto é, a derrubada parcial da floresta com corte de madeira ou queimadas, são alarmantes. De acordo com o SAD, as áreas afetadas foram de 355 km², um território maior do que a cidade de Belo Horizonte (MG). O número é 21 vezes maior do que a degradação contabilizada em janeiro de 2024, quando foram atingidos 16 km².
No Pará, a degradação ambiental saltou de 16 km² para 162 km² no comparativo, o que colocou o estado como responsável por 42% de todo esse dano ambiental. O Maranhão (40%) e o Mato Grosso (12%) aparecem na sequência do ranking. Prainha, Almeirim, Mojuí dos Campos, Santana do Araguaia e Monte Alegre aparecem na lista dos dez municípios mais degradados.
Os pesquisadores avaliam que as taxas de devastação devem cair nos próximos meses com a influência do inverno amazônico, porém ressaltam que o Estado deve fortalecer os mecanismos de fiscalização para evitar novas altas.
“Apesar da alta, é esperado que os números de desmatamento e degradação reduzam nos próximos meses, pois estamos nos meses onde historicamente esses distúrbios não são tão intensos por conta das chuvas. Por isso, é importante que o governo e órgãos responsáveis usem esse tempo para focar ainda mais em ações preventivas e planejamento para conter os impactos antes que chegue o período mais crítico”, orienta Carlos Souza Jr. , pesquisador do Imazon.
Desmatamento
Em janeiro mês, o desmatamento foi concentrado principalmente em Mato Grosso (45%), seguido por Roraima (23%) e Pará (20%). No estado, as taxas subiram de 14 km² em janeiro de 2024 para 27 km² neste ano. O município de Uruará, no sudoeste paraense, aparece como o terceiro com mais áreas desmatadas em todo o bioma.

“Esses números evidenciam uma crescente pressão sobre a Amazônia e servem como um sinal de alerta para a necessidade de fortalecer as ações de monitoramento na região. Para reverter esse cenário, é fundamental intensificar a fiscalização, ampliar as operações de combate aos crimes ambientais e fortalecer políticas que incentivem a proteção e o uso sustentável da floresta”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.