Uma nova análise de mais de 20 mil árvores em cinco continentes mostrou que os indivíduos mais antigos são mais tolerantes à seca do que árvores mais jovens no dossel das florestas. Isso significa que estes também são mais resistentes a eventos climáticos extremos – desde que permaneçam em pé.
O estudo foi publicado na revista Nature Climate Change por pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA). Eles analisaram o dossel da floresta, formado por copas de árvores maduras e sobrepostas no nível superior. As árvores foram divididas em três grupos de idade (jovens, intermediárias e maduras) e os cientistas examinaram como a idade influenciava a resposta à seca para diferentes espécies de madeiras nobres e coníferas.
Os autores descobriram que as árvores mais jovens no dossel superior experimentaram uma redução de crescimento de 28% durante a seca, em comparação com uma redução de 21% no crescimento das árvores mais velhas. Em situações de seca extrema, a diferença na redução de crescimento aumentou de 7% para 17% entre árvores jovens e velhas.
De acordo com a análise, quando aplicada em escala global, essa diferença pode ter “impactos enormes” no armazenamento e no balanço global de carbono. Ao mesmo tempo, o estudo apontou que as árvores mais jovens que conseguem sobreviver à seca mostraram maior resiliência, com capacidade maior de retornar às taxas de crescimento anteriores ao período seco.
“Esses resultados indicam que, a curto prazo, o impacto da seca nas florestas pode ser severo devido à prevalência de árvores mais jovens e sua maior sensibilidade à seca. Mas, a longo prazo, as árvores mais jovens têm maior capacidade de se recuperar da seca, o que pode ser benéfico para o estoque de carbono”, explicou Tsun Fung (Tom) Au, um dos autores da pesquisa.
Os dados do estudo foram destacados pelas Anthropocene Magazine e Earth.com.