Uma das principais ações recentes do Brasil no âmbito da agenda climática foi a elaboração de um Plano de Transformação Ecológica que visa explorar novas oportunidades de desenvolvimento para o País com base em uma economia sustentável. A divulgação desse plano para a comunidade internacional foi um dos destaques do segundo dia da COP28, que ocorre em Dubai.
A apresentação contou com a participação da ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da presidente do Banco dos BRICs, Dilma Rousseff; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, do presidente do BID, Ilan Goldfajn, e do embaixador André Corrêa do Lago.
De acordo com Fernando Haddad, o Plano está alinhado a diversas outras iniciativas que já vem sendo implementadas, como a criação de um mercado de carbono regulado, a emissão de títulos soberanos sustentáveis, a revisão do Fundo Clima, entre outras medidas.
“Essas iniciativas visam criar as condições para uma nova onda de investimentos que terá como objetivo principal o adensamento tecnológico da nossa indústria, a qualificação da força de trabalho e a modernização da nossa ciência e tecnologia”, afirmou Haddad, que destacou que a implementação do Plano é capaz de gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos.
Os estudos da pasta e de organizações da iniciativa privada indicam que as principais oportunidades devem surgir nas áreas de bioeconomia, agricultura e infraestrutura. No entanto, para isso, estima-se que o Brasil precisará captar investimentos adicionais da ordem de US$ 130 a US$ 160 bilhões por ano nos próximos 10 anos.
Contudo, Haddad ressaltou que o histórico demonstra que o País é capaz de engajar e mobilizar recursos em estratégias inovadoras. Para o ministro, o Plano de Transformação Ecológica cria oportunidades para o reposicionamento do Brasil no sistema internacional, bem como pode atrair novos atores globais interessados em produzir de forma ambiental e socialmente sustentável.
“[O Plano] é o primeiro passo para uma nova globalização socioambiental. Ao reimaginar a nossa relação com a natureza e superar a nossa herança colonial excludente, estaremos dando uma contribuição decisiva para o mundo e fazendo a nossa parte para vencer o maior desafio da história da humanidade: a emergência climática”, frisou Fernando Haddad.