Por Fabrício Queiroz
A busca de uma agenda de compromissos e estratégias para evitar que o aquecimento do planeta ultrapasse o 1.5º C é uma das metas do Brasil, que está à frente da presidência do G20, o grupo das maiores economias do mundo, neste ano. Em Belém, nesta quinta-feira, 11, os representantes dos países-membros se reuniram para discutir esse esforço no terceiro encontro da Força-Tarefa para uma Mobilização Global contra a Mudança do Clima (TF CLIMA).
Na capital paraense, emissários de 34 países e 13 organizações internacionais dialogam sobre essa proposta que passa por três objetivos: fazer a convergência das discussões sobre temas políticos e sociais com o debate de finanças tendo como horizonte o desenvolvimento sustentável; avançar em planos nacionais de transição energética e transformação ecológica; e discutir as formas de financiamento público e privado para enfrentamento das mudanças climáticas e fortalecer a agenda proposta pela Convenção-Quadro da ONU no âmbito das COPs.
“Estamos desenvolvendo um trabalho, cuja ideia veio do próprio presidente Lula, para assegurar que o G20 acentuasse esses temas. Essa força-tarefa busca juntar o pensamento e as soluções tanto políticas quanto econômicas e financeiras para esse desafio da mudança do clima”, disse o Embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Nesse sentido, a embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora da Trilha de Finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, destacou os avanços alcançados no encontro do GT Finanças Sustentáveis, também realizado em Belém, que apontou um consenso sobre a necessidade de facilitação de acesso dos países em desenvolvimento aos fundos climáticos.
“Uma das grandes questões que está na agenda dos ministérios e dos bancos centrais, e daí a nossa participação nessa força-tarefa, é chegarmos à implementação em nível global, nacional e local de mecanismos de mitigação de riscos, sejam eles macroeconômicos sejam riscos de projetos, que possam permitir que todos os capitais necessários para fazer essa transição climática ou civilizacional em direção a um mundo com harmonia econômica e de biodiversidade possa ocorrer”, ressaltou Tatiana Rosito.
Enchentes, queimadas e seca
Na abertura do encontro, a secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Toni, destacou a importância dessa proposta, especialmente neste momento em que o País enfrenta três tragédias potencializadas pelas alterações climáticas: os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, as queimadas no Pantanal e os impactos prolongados da seca extrema na Amazônia.
“Somos um país que está vivendo três grandes desastres climáticos ao mesmo tempo, o que mostra a importância da mudança do clima para o governo e para a população brasileira. Estamos empenhados e entusiasmados com essa Força-tarefa, que representa uma responsabilidade que nós temos como G20 de combater as mudanças do clima. Acreditamos que essa força-tarefa será capaz de nos ajudar a seguir nessa direção”, pontuou a secretária.
O evento contou ainda com a participação como convidado do governador do Pará, Helder Barbalho. Em sua fala, o chefe do Executivo chamou atenção do enfrentamento ao negacionismo ambiental com ações concretas que garantam o futuro do planeta.
“Eu desejo que o resultado dessas discussões possa efetivamente subsidiar os líderes do mundo a tomada de decisões que possam fazer a transformação necessária para a coletividade global”, declarou o governador.