Um relatório divulgado por entidades internacionais na terça-feira, 28, revela que o Brasil enfrentou quase três meses a mais de dias quentes nos últimos 12 meses. Essa realidade preocupante é um reflexo direto das mudanças climáticas e seus impactos cada vez mais severos no País.
De acordo com o estudo, elaborado pelo World Weather Attribution, Climate Central e Centro Climático da Cruz Vermelha, o Brasil vivenciou 83 dias com temperaturas acima da média normal. Esse período anômalo representa quase três vezes a média global de calor extremo registrada no mesmo intervalo, que ficou em 26 dias.
Os dados do relatório, que abrangem o período de junho de 2023 a abril de 2024, indicam ainda que mais de 6 bilhões de pessoas no mundo foram expostas a temperaturas sem precedentes nos últimos 29 anos. O Brasil, por sua localização próxima à linha do Equador, se configura como um dos países mais afetados por esse fenômeno.
O estudo também destaca que os últimos 12 meses foram os mais quentes já registrados no planeta. As consequências do calor extremo são diversas e incluem:
- Aumento do risco de doenças relacionadas ao calor: Desidratação, insolação, exaustão e até mesmo falhas cardíacas podem ser causadas pela exposição prolongada a altas temperaturas.
- Impactos na agricultura: As plantações podem ser prejudicadas, levando à diminuição da produção de alimentos e à elevação dos preços.
- Exacerbação de secas: O calor extremo pode intensificar os efeitos da seca, impactando o acesso à água potável e à segurança alimentar.
- Proliferação de incêndios florestais: O clima seco e quente cria condições propícias para a ocorrência de incêndios florestais, que podem causar danos materiais, ambientais e à saúde pública.
Diante desse cenário alarmante, o relatório reforça a necessidade de medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e mitigar seus impactos. A redução da emissão de gases de efeito estufa, o investimento em energias renováveis e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis são medidas essenciais para proteger o Brasil dos efeitos cada vez mais severos do calor extremo.
Além do calor extremo, o relatório também aponta para outros eventos climáticos extremos que afetaram o Brasil no último ano, como a seca no Norte do País e as inundações Sul, especialmente as mais recentes no Rio Grande do Sul.
O estudo ressalta que a combinação de calor extremo, seca e inundações demonstra a complexa realidade das mudanças climáticas no Brasil e a necessidade de uma abordagem abrangente para lidar com seus impactos.