A cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) acontecerá em Belém em agosto, segundo o DOL. O evento coloca a capital como protagonista no debate socioambiental e será um teste para a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), em 2025, que Belém é candidata a sediar.
A OTCA é uma organização intergovernamental, formada por 8 países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que assinaram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tornando-se o único bloco socioambiental da América Latina.
De acordo com o pacto, os oito países se comprometem a preservar o meio ambiente e a usar racionalmente os recursos naturais de uma região fundamental para o equilíbrio climático do planeta, dona de rica biodiversidade ecossistêmica e, ao mesmo tempo, habitada por cerca de 48 milhões de pessoas, entre elas 400 povos indígenas.
O presidente da França, Emannuel Macron será convidado a participar da cúpula, segundo o Metrópoles.
Reforço na agenda
Na terça-feira, 4/4, foi reinstalado o grupo parlamentar brasileiro da OTCA, formado por deputados e senadores, que passa a fazer parte do Parlamaz, o Parlamento Amazônico, já reconhecido pela União Interparlamentar e em busca de uma modelagem de atuação semelhante à do Parlasul, o Parlamento do Mercosul. As informações são da Agência Câmara.
Presidente do grupo parlamentar brasileiro da OTCA, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) aposta em intensa atividade diante de eventos internacionais que terão a Amazônia como centro de debates.
“Teremos a cúpula de países amazônicos em agosto de 2023, aqui no Brasil, e é muito provável que o Brasil também seja sede da conferência das Nações Unidas sobre mudanças do clima, a COP-30, em Belém, em 2025. E nós, parlamentares amigos da OTCA e membros do Parlamaz, estaremos juntos no propósito de defesa dos interesses da nossa Amazônia.”
A primeira atividade do grupo parlamentar brasileiro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica será um café da manhã para articular a agenda unificada com representantes de governos, embaixadas, sociedade civil e setores privados. O encontro está marcado para 12 de abril, no Senado.
A importância das COPs
As COPs são as maiores e mais importantes conferências anuais relacionadas ao clima do planeta. Para a população do Pará, que sofre os efeitos da crise climática, lidando com enchentes e secas, essa é uma oportunidade para que soluções sejam pensadas para a região.
“A sugestão feita pelo governador Helder e acolhida pelo Brasil, em se escolhendo Belém para a realização da COP, será uma oportunidade única de atrair não só os olhares, mas entender a realidade social e os desafios para se vencer o desmatamento, mas também como se pode transformar para melhor a vida da população da região”, explicou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida ao DOL.
Essa união de esforços de países de todos os cinco continentes já é considerada por especialistas uma última chance para o mundo.
“Como uma jibóia que espreme lentamente sua presa até a morte, a mudança climática não é apenas mais um ‘desconforto’, e passou a ser entendida como uma emergência global com risco de vida em apenas três décadas”, define a ONU.