Com histórico de estudo e desenvolvimento de soluções para a Amazônia, a Embrapa se prepara para participar das discussões, apresentações e proposições que envolvam o trabalho científico na região durante a Cúpula da Amazônia.
O evento, que acontece dias 8 e 9 de agosto, em Belém, reunirá os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) com o objetivo de definir uma política comum para o desenvolvimento sustentável da região.
Antes da Cúpula, acontecem os Diálogos Amazônicos, espaço para a participação da sociedade civil e de outros atores interessados dos oito países com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região.
Com atuação de décadas na região com foco em novos modelos de desenvolvimento, que contemplem a redução do desmatamento e da degradação ambiental, a sustentabilidade da produção agropecuária e florestal e a melhoria do bem-estar das populações amazônicas, recentemente, a empresa fez uma reunião para discutir de que forma pode contribuir com o evento
“Há desafios comuns que ultrapassam as fronteiras. E, na região, há pessoas e instituições de pesquisa que precisam de incentivos para trabalhar em rede na construção de soluções para os desafios históricos que estão postos”, afirmou Ana Euler, diretora-executiva de Negócios da Embrapa.
Bioeconomia
Na reunião, o pesquisador Roberto Porro, da Embrapa Amazônia Oriental, apresentou os resultados preliminares do projeto BIAmazon, que envolve as unidades da Embrapa na Amazônia e a sede e tem como objetivo construir um plano estratégico para a atuação da empresa na bioeconomia da região.
A abordagem está pautada em economias focadas na sociobiodiversidade tendo como base o conhecimento tradicional e o diálogo com os conhecimentos científico e tecnológico.
Porro defendeu uma bioeconomia inclusiva, a partir do protagonismo de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares no ambiente de inovação.
“O conceito de bioeconomia inclusiva, que está sendo construído e dialogado de forma conjunta, tem como pilares o protagonismo das populações locais na gestão de seus recursos, sistemas produtivos sustentáveis, valorização do conhecimento local, justiça social e repartição equitativa de benefícios”, afirmou o pesquisador.
Cooperações
No âmbito das cooperações em andamento, a Embrapa destaca a área de aquicultura e ações de capacitação e compartilhamento de tecnologias. Já no quadro das cadeias produtivas que podem ser objeto de cooperação com outros países, os gestores destacaram produtos da sociobiodiversidade e espécies nativas, como açaí, castanha-da-amazônia, cupuaçu, guaraná e mel; piscicultura, fruticultura e espécies florestais.
Além de um centro de pesquisa em cada estado da Amazônia Legal, outras 30 unidades da Embrapa também atuam no solo amazônico com projetos e pesquisas para a região. Por conta disso, a reunião também foi aberta a todos chefes de unidades da Embrapa que se encontravam em Brasília.
O encontro também auxiliou na redação das proposições, posicionamento e ações da Embrapa para a Carta de Belém, documento que embasará discussões dos países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.
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