Fatores como as mudanças radicais no uso do solo para fomentar o agronegócio e as instabilidades climáticas na região localizada entre o leste da Amazônia e o Cerrado podem ser os fatores para o agravamento das condições severas da seca no Brasil.
É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O artigo foi publicado na revista “Scientific Reports” no dia 10/01.
A região que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como “Matopiba”, é a principal área afetada pela exploração desordenada do agronegócio, causando o desequilíbrio dos biomas destes Estados. Esta área é responsável por 12% da produção de soja, principal commodity de ração animal produzida pelo Brasil, lembra o portal G1.
“Os resultados evidenciam um aumento na temperatura, déficit de pressão de vapor, frequência de dias secos e diminuição na precipitação, umidade e evaporação. Também apontam um atraso no início da estação chuvosa, o que aumenta o risco de incêndio durante a estação de transição seca para úmida. Esses processos podem se tornar mais intensos no futuro”, afirma José Marengo ao G1, coordenador-geral de pesquisa do Cemaden e primeiro autor do estudo.
Um aspecto muito peculiar e simples é apontado pelos cientistas envolvidos neste estudo: se não ocorrer o reflorestamento, não será possível manter a produção porque, a longo prazo, a colheita não se sustentará.
Fontes: G1