Começa na próxima segunda-feira, 21, em Cali, na Colômbia, a COP16 da Biodiversidade, sem que a grande maioria dos países que se comprometeram em apresentar planos para cumprir o acordo de proteção da biodiversidade fizessem o dever de casa
Há quase dois anos, na COP15 da Biodiversidade, em Montreal, Canadá, 195 países assinaram um acordo que incluía metas para proteger 30% das terras e mares para a natureza, reformar bilhões de dólares em subsídios prejudiciais ao meio ambiente e reduzir o uso de pesticidas. O compromisso era apresentar seus planos em Cali.
No entanto, apenas 25 nações cumpriram o prometido. Os outros 170 países signatários – quase 80% do total, o Brasil entre eles – até agora não apresentaram seus planos para deter a destruição dos ecossistemas da Terra, mostra uma investigação conjunta feita por Carbon Brief e Guardian.
Apenas cinco dos 17 países megadiversos, que abrigam cerca de 70% da biodiversidade mundial, apresentaram estratégias e planos de ação nacionais para a biodiversidade (NBSAPs): Austrália, China, Indonésia, Malásia e México. O Suriname foi o único país da Amazônia a submeter um plano, e nenhum país da Bacia do Congo apresentou NBSAPs dentro do prazo.
Canadá, Itália, França e Japão foram as únicas nações do G7 a cumprir o prazo. O Reino Unido submeteu um documento técnico à convenção da ONU sobre diversidade biológica, mas não deve publicá-lo até o início de 2025, citando a mudança de governo. A Alemanha também perdeu o prazo, enquanto os Estados Unidos sequer são signatários do acordo.
Apesar de sediar a COP16, a Colômbia também não cumpriu o prazo, mas afirmou que apresentaria seu plano no evento. Já o Brasil disse que estava formulando um plano que duraria até meados do século e que o atraso na divulgação se deu devido à complexidade do que estava tentando alcançar.