Durante agenda da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26), na terça-feira, 2/11, o governo brasileiro reforçou seu apoio às manifestações de preservação das florestas, a fim de reduzir o desmatamento e degradação dos solos até 2030.
O anúncio da “Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo” ocorreu em evento convocado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, com participação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da presidente da Comissão da União Europeia (EU), Ursula von der Leyen, e prevê o equivalente a cerca de R$ 108 bilhões em financiamento público e privado.
Parte dos recursos virá de financiamento por 12 países – como EUA, Reino Unido, Noruega, Alemanha, Coreia do Sul, União Europeia, Canadá e Japão –, com cerca de R$ 68 bilhões previstos até 2025. O objetivo é apoiar iniciativas em países em desenvolvimento, incluindo a restauração de terras degradadas, combate a incêndios florestais e apoio aos direitos das comunidades indígenas.
Já o setor privado – representado na COP26 por CEOs de mais de 30 instituições financeiras – responderá por mais R$ 41 bilhões em financiamentos. Desse total, R$ 17 bilhões devem ir para a iniciativa Finanças Inovadoras para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC, na sigla em inglês), visando a promover a produção de soja e gado sem desmatamento na América Latina. Dirigentes dessas instituições também irão se comprometer a não investir mais em atividades ligadas ao desmatamento.
Na declaração, os países enfatizam o papel das florestas de todos os tipos e outros ecossistemas, defendem a contribuição da biodiversidade e do uso do solo – incluindo a transformação rural para uma agricultura lucrativa, sustentável e a reversão dos processos de degradação – para as metas globais de desenvolvimento sustentável.
Os signatários também reafirmam seus compromissos com o Acordo de Paris e outros tratados internacionais na área ambiental, e reconhecem que para se chegar às metas de desenvolvimento sustentável serão exigidos mais esforços de integração entre produção, consumo, infraestrutura, comércio, finanças e investimentos. Sem esquecer do apoio a produtores rurais, povos indígenas e comunidades que dependem desses biomas para sua sobrevivência, uma população estimada em cerca de 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, atualmente, quase um quarto (23%) das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEEs) vem da agricultura e da indústria madeireira. Juntos, os mais de 100 países signatários do compromisso histórico, como Rússia, Estados Unidos, China, Austrália e França, concentram mais de 85% das florestas do mundo, uma área superior a 21 milhões de quilômetros quadrados.
Tamanho da Tunísia
Segundo estudos realizado pela secretária da Amazônia e Serviços Ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Marta Giannichi, Amazônia possui área de recuperação do tamanho da Tunísia. Só em 2020, mais de 160 mil km² de áreas desmatadas foram recuperadas.
O estudo foi produzido por técnicos da Embrapa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipan).
Fonte: Agência Brasil
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