Nesta quarta, 9/11, foi apresentado na Conferência do Clima da ONU (COP27) um balanço de dez anos da plataforma SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, que mostra que o Brasil fracassou em cortar gases-estufa após adoção de política nacional.
Os especialistas do Observatório do Clima mostraram como o Brasil desperdiçou oportunidades para reduzir suas emissões, sobretudo, pela destruição da floresta amazônica, nos últimos dez anos. A “década perdida” do controle de emissões aconteceu após a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, no fim de 2010.
No início do mês, o Pará Terra Boa publicou dados divulgados pelo SEEG que revelaram o maior aumento em 19 anos das emissões no Brasil. Só no ano passado, o país emitiu 2,42 bilhões de toneladas brutas de CO2 equivalente, um aumento de 12,2% em relação a 2020 (2,16 bilhões de toneladas). Há quatro anos as emissões sobem sem parar, algo inédito desde a década de 1990.
Segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Pará, Amazonas e Mato Grosso são os estados amazônicos que mais emitiram gases do efeito estufa em 2021: foram 640 milhões de toneladas de carbono equivalente, ou 70% das emissões brutas por mudanças de uso da terra da região.
“O principal que a gente tem que fazer são ações que fazem a gente reverter a situação do desmatamento. Outro aspecto importante é que a aplicação da agricultura de baixo carbono tem que se dar no Brasil como regra e não com uma exceção como é hoje. Hoje é um programa de agricultura de baixo carbono. Na verdade, a gente deveria fazer com que a agricultura de baixo carbono fosse o padrão no Brasil porque a gente tem tecnologia pra isso”, disse Tasso Azevedo, coordenador do SEEG.
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