As operações da Mombak, empresa que desenvolve no Pará o maior projeto de remoção de carbono da Amazônia já chamam a atenção de grandes empresas interessadas em zerar suas emissões. Neste terça-feira, 5, durante a COP28, em Dubai, a Microsoft assinou um acordo histórico para receber até 1,5 milhão de toneladas de créditos de carbono até 2032.
A negociação de compra e venda de créditos de carbono vai permitir a ampliação das iniciativas de reflorestamento de áreas degradadas da Mombak. No caso da Microsoft, por exemplo, a parceria possibilita a recuperação de uma área de aproximadamente 28 mil hectares ( o equivalente a sete Marajós), com cerca de 30 milhões de árvores.
Criada em 2021, a Mombak investe na produção de carbono de alta integridade e qualidade por meio do regeneração florestal. O primeiro projeto foi implantado no Pará, na fazenda Turmalina, localizada no município de Mãe do Rio, no nordeste do estado. No local, são plantadas uma variedade de mais de 90 espécies nativas, que favorecem a recuperação da biodiversidade.
No Pará, já foram plantadas 1 milhão de árvores e a expectativa é chegar a 3 milhões até o primeiro semestre de 2024.
“O reflorestamento da Amazônia representa atualmente a maior oportunidade de remoção de carbono do mundo. Ele também enriquece a biodiversidade, cria empregos de qualidade em áreas marginalizadas e ajuda a evitar o ponto de inflexão da Amazônia. Nosso relacionamento com a Microsoft reforça a importância desse trabalho fundamental”, afirma Peter Fernandez, CEO da Mombak.
Mclaren
No final de novembro, outro acordo semelhante foi estabelecido com a Mclaren, que se comprometeu a adquirir créditos de carbono das safras de 2023 a 2025 a um preço médio de mais de US$ 50 por tonelada. A indústria tem o objetivo de alcançar o net zero até 2040.
“Essa parceria não apenas apoia o plano de transição climática da McLaren, mas também ajuda a alimentar o reflorestamento nativo em grande escala na floresta amazônica”, acrescenta co-fundador da empresa de remoção, Gabriel Silva.
Para garantir o atendimento da crescente demanda por carbono de alta integridade, a Mombak levantou US$ 100 milhões em investimentos para o Fundo de Reflorestamento da Amazônia, que aposta na estratégia de restauração com espécies nativas, inclusive algumas ameaçadas de extinção, como o cedro rosa, a castanheira e o mogno.
O empreendimento já gerou impactou também na geração de novos postos de trabalho e tem atraído novos negócios, como um viveiro para produção de mudas que será instalado no município de São Geraldo do Araguaia.