Pela primeira vez, as negociações na cúpula clima da ONU terminam com um acordo sobre a necessidade do fim de combustíveis fósseis. O texto final da COP28, em Dubai, que saiu nesta quarta-feira, 13, apela aos países para que abandonem o uso de gás e petróleo de uma forma justa e ordenada para evitar efeitos devastadores das mudanças climáticas.
“O acordo só é tão bom quanto a sua implementação. Devemos tomar as medidas necessárias para transformar o acordo em ações”, disse o presidente da cúpula climática, Sultan Al Jaber.
O texto reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas se a humanidade quiser limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC.
A ministra do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climátca, Marina Silva, afirmou que o compromisso assumindo na COP28 redireciona as ambições, mas também as responsabilidades, com comprometimento em todas as suas dimensões: mitigação, adaptação e meios de implementação alinhados a 1.5.
Em coletiva, logo após o anúncio, Marina celebrou que no acordo há uma “forte sinalização para governos e empresas de que esse tema passa a fazer parte dos compromissos assumidos por todos”, principalmente pelos países desenvolvidos, como havia afirmado em seu discurso.
“É fundamental que os países desenvolvidos tomem a dianteira na transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis e assegurem os meios necessários para os países em desenvolvimento poderem implementar suas ações de mitigação e adaptação”, disse Marina, em seu discurso.
O diretor geral de Política Global e Financiamento para a Conservação na The Nature Conservancy (TNC), Andrew Deutz, afirmou que a questão central nas negociações da COP28 foi garantir o consenso global sobre a eliminação progressiva da utilização de combustíveis fósseis. O próximo passo, é que os países desenvolvam planos e políticas climáticas nacionais mais ambiciosos até 2025, para a´presentar na COP30, em Belém.
Apelamos a todos os países para que desenvolvam compromissos robustos em toda a economia, que também salvaguardem e maximizem a contribuição da natureza, na nossa jornada coletiva rumo a um mundo mais limpo e mais justo”, disse Deutz.