A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a COP30, que acontecem em Belém, em novembro, será a mais importante desde a assinatura do Acordo de Paris, há dez anos. “Tudo o que havia para discutir sobre estrutura, processos e regras já foi feito. Não tem mais para onde escapar: agora é implementar”, destacou a ministra em visita à capital paraense para participar da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente do Pará,
Marina lembrou que 2024 foi o primeiro ano da história a superar a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. Segundo o Copernicus, observatório climático da União Europeia, no ano passado a temperatura média do planeta foi de 1,6°C. “A ciência diz que não se pode ultrapassar o 1,5°C, porque com 1,5°C, já estamos vivendo secas na Amazônia, incêndios no Pantanal, ondas de calor. O mundo inteiro está desequilibrado”, pontuou ela.
Diante das repercussões dos efeitos da mudança do clima em diferentes regiões do planeta, a COP30 não pode ser “a COP do Brasil, do Pará ou da Amazônia”:
“É uma COP que acontece no Brasil, no Pará e na Amazônia, porque a responsabilidade de encarar esse problema é de 195 países”, ressaltou, referindo-se às nações signatárias do Acordo de Paris.
Prioridades e estratégias
A 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente do Pará contou com a participação de mais de 300 pessoas. Foram eleitos os 50 delegados que representarão o estado na etapa nacional, em Brasília, no mês de maio. Representantes dos 144 municípios paraenses estiveram presentes no Auditório Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará, durante dois dias de debates sobre os desafios e soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e estratégias para a preservação ambiental.
Os debates foram divididos em cinco eixos temáticos: Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Transformação Ecológica; Justiça Climática; e Governança e Educação Ambiental. Para cada um desses temas, foram aprovadas quatro propostas, totalizando 20 sugestões que serão apresentadas em Brasília entre os dias 6 e 9 de maio deste ano.
Entre as propostas mais votadas, destacam-se: a elaboração de políticas públicas para o repasse de recursos financeiros da União aos fundos municipais de meio ambiente; a criação de políticas de inclusão econômica para mulheres empreendedoras, pessoas com deficiência (PCD) e populações vulneráveis; a implementação de um plano estadual de financiamento e apoio à erradicação de lixões; a criação de fundos estaduais e federais para repasse de recursos aos fundos municipais; e a elaboração de um Plano de Ação Climática.
“Concluímos com êxito a etapa estadual após dois dias de evento, com ampla participação da sociedade. Agora, estamos prontos para a Conferência Nacional, onde serão definidas as estratégias que integrarão o plano nacional de clima e meio ambiente”, destacou o secretário adjunto da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.