De cada quatro hectares desmatados no Brasil em 2021, um foi no Pará, onde o desmate alcançou 402.492 ha (24,3% do total), segundo a mais recente edição do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas, divulgado nesta segunda-feira, 18/7.
O Amazonas, que era o quarto no ranking em 2020, apareceu agora em segundo lugar, com 194.485 ha desmatados, que representam 11,8% do total. O Mato Grosso apareceu em terceiro, com perda de 189.880 ha (11,5%), seguido do Maranhão, com 167.047 ha (10,1%), e Bahia, com 152.098 (9,2%). Juntos, esses 5 Estados responderam por 67% da área desmatada no Brasil em 2021.
Entre os Estados onde o desmatamento mais cresceu em termos proporcionais estão Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas Gerais e Sergipe, com mais de 80% de aumento na área detectada. Em números absolutos, os maiores crescimentos foram no Amazonas (64.673 ha) e Bahia (46.160 ha).
Quase um quarto (23,6%) do desmate no Brasil em 2021 fica no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde também se registrou um aumento de 14% da área desmatada em relação a 2020. Foram 5.206 alertas e 391.559 ha desmatados. A região do Matopiba foi onde se concentrou a maior parte dos desmatamentos no Cerrado: cerca de 73%. Já na nova fronteira do desmatamento da Amazônia – a região que está ficando conhecida como Amacro (na fronteira de Amazonas, Acre e Rondônia) – a área desmatada representou 12,2% no total do Brasil em 2021, com 6.858 alertas e 203.143 ha desmatados. Em 2021 apresentou 28,8% de incremento do desmatamento em relação a 2020.
Desmatamento é maior em áreas privadas
No Brasil 69,5% de toda a área desmatada em 2021 estavam em propriedades privadas, incluindo 14,1% em assentamentos rurais. Outros 10,6% recaíram sobre glebas públicas, sendo 9,3% em terras públicas não destinadas. O desmatamento em áreas protegidas respondeu por 5,3% do total, sendo 1,7% nas Terras Indígenas e 3,6% nas Unidades de Conservação.
Já na Amazônia, o desmatamento em áreas privadas chega a 44,6% do desmate total, seguido por assentamentos rurais (22,2%), áreas públicas (17,2%) e áreas protegidas (exceto APAs) com 8,5%.
Terras indígenas
Nos últimos três anos (entre 2019 e 2021), houve crescimento do desmatamento em todas as categorias fundiárias, exceto em Terras Indígenas (TIs), o que reforça a importância desses territórios para a preservação ambiental. Os aumentos mais expressivos foram em áreas de vazio fundiário (88%), áreas públicas não destinadas (47%) e áreas privadas (32%).
Sobreposição de CAR
A área dos alertas com sobreposição total com áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR) alcançou 1.265.128 hectares, o que representa 76% da área desmatada no País. Porém, quando se considera a área dos alertas que cruzam também parcialmente com o CAR, este número sobe para 1.445.066 hectares, ou 87% da área desmatada no Brasil.
Um terço (33%) de todos os alertas detectados no Brasil em 2021 tem sobreposição com áreas registradas como Reserva Legal (RL). Isso representa 22% do total da área desmatada no país. O número de alertas que tem sobreposição com Áreas de Preservação Permanente (APP) declaradas no CAR chegou a 5% do total (em área, 0,6%).
Fonte: Mapbiomas