Especialistas de todo o mundo estão reunidos em Brasília até 21 de março para discutir financiamento, inovação e políticas eficazes para combater o aquecimento global e melhorar a qualidade do ar. Com o tema, “Acelerando a ação sobre superpoluentes: o caminho para a COP30 ”, a conferência global 2025 da CCAC (Coalizão Clima e Ar Limpo) destaca a necessidade de se discutir formas de diminuir emissões de um grupo de gases estufa, que são bastante prejudiciais para saúde das pessoas e do planeta, mas são ofuscaddos pelo CO2.
Estima-se que os superpoluentes sejam responsáveis por metade do aquecimento global, o que significa que sua mitigação representa uma oportunidade significativa para enfrentar a crise climática.
Quais são esse gases superpoluentes e suas fontes principais
- Metano: pecuária, extração de petróleo, aterros sanitários
- Carbono negro (fuligem): transporte, queima de matéria orgânica
- Ozônio troposférico: se forma da interação entre gases estufa, como metano e óxido nitroso
- Óxido nitroso: agricultura e indústria
- Gases fluorados, como HFC: extintores de incêndio, ar-condicionado, refrigeradores
A boa notícia é que, apesar de seu alto poder de aquecimento, esses gases têm uma vantagem: sua curta vida útil na atmosfera em comparação ao CO2. Isso significa que a redução de suas emissões pode gerar resultados rápidos, com melhorias imediatas na qualidade do ar e na desaceleração do aquecimento global
Os gases e seus efeitos
- CO2: referência para o aquecimento; dura séculos na atmosfera
- Metano: aquece 80 vezes mais que o CO2 no curto prazo; dura décadas
- Ozônio troposférico: não aquece atmosfera; dura de semanas a meses
- Gases fluorados: aquecem 4.100 vezes mais que CO2 no curto prazo; duram de anos a décadas
- Óxido nitroso: 270 vezes mais potente que CO2; permanece por 125 anos aproximadamente
- Fuligem: esquenta 4.100 vezes mais que CO2, dura dias
Um tesouro que vem do lixo
Uma das soluções para diminuir um desses gases pode ser encontrada em propriedades rurais em todo o Brasil. Por meio de um processo inovador, produtores transformam esterco, restos de alimentos e outros subprodutos agrícolas em biometano, um biocombustível versátil que impulsiona a produção de energia e reduz o impacto ambiental. Uum tesouro escondido na matéria orgânica.
O Processo da Transformação
A mágica acontece em biodigestores, equipamentos que simulam o processo natural de decomposição da matéria orgânica em ambientes sem oxigênio. Nesses reatores, bactérias trabalham incansavelmente, transformando os resíduos em biogás, uma mistura rica em metano.
O biogás bruto, no entanto, precisa passar por um processo de purificação para se tornar biometano. Nessa etapa, o dióxido de carbono e outros gases indesejados são removidos, resultando em um combustível com alta concentração de metano, pronto para ser utilizado.
Aplicações e Benefícios
O biometano produzido nas propriedades rurais pode ser utilizado em geradores para produzir eletricidade e calor, abastecendo as necessidades da própria fazenda ou sendo injetado na rede elétrica. Ele pode substituir o gás natural veicular (GNV), impulsionando veículos e máquinas agrícolas de forma mais limpa.
Além de gerar energia limpa, a produção de biometano traz outros benefícios, como
- Redução de emissões: Ao capturar o metano, um potente gás de efeito estufa, a produção de biometano contribui para a mitigação das mudanças climáticas.
- Gestão de resíduos: A tecnologia oferece uma solução sustentável para a gestão de resíduos orgânicos, evitando a contaminação do solo e da água.
- Geração de renda: A produção de biometano pode gerar uma nova fonte de renda para os produtores rurais, além de reduzir os custos com energia.
Com informações do Um Só Planeta