A COP28 de Dubai, realizada no ano passado, bateu o recorde histórico de participação, com mais de 80 mil pessoas credenciadas. O gigantismo das conferências climáticas reflete a urgência crescente desse problema na agenda de diversos atores, mas traz aos seus organizadores uma dor de cabeça digna de arrancar os cabelos – como viabilizar um megaevento para dezenas de milhares de pessoas em um espaço de tempo relativamente curto?
Para o secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, chegou a hora de pensar se esse modelo de megaCOPs faz sentido.
“[Eu] gostaria certamente de ver as futuras COPs reduzirem a sua dimensão”, afirmou em um evento em Londres, no Reino Unido. “[Uma COP] maior não significa necessariamente [uma COP] melhor”.
O número de pessoas credenciadas para participar das COPs vem crescendo de forma significativa desde a Conferência de Glasgow (COP26), na Escócia, em 2021, quando cerca de 40 mil pessoas participaram do evento. No ano seguinte, na COP29 de Sharm el-Sheikh (COP27), no Egito, esse número cresceu para cerca de 50 mil participantes. Mas o maior salto aconteceu na COP28 de Dubai, que reuniu 30 mil pessoas a mais do que na conferência anterior.
O Climate Home destacou como essa discussão vem ocorrendo dentro da UNFCCC e dos organizadores da COP29 e COP30. O Azerbaijão, que realizará a COP29 em novembro na cidade de Baku, espera que a Conferência de Baku reúna cerca de 40 mil pessoas, a metade do número de credenciados na COP de Dubai no ano passado. O Brasil, que organizará a COP30 em Belém no ano que vem, também discute uma redução no total de participantes, para no máximo 50 mil.