Após uma queda em janeiro, o desmatamento na Amazônia voltou a crescer em fevereiro. Conforme dados do Imazon, foram derrubados 325 km² de floresta no mês passado, o equivalente ao tamanho de Belo Horizonte. Essa foi a maior devastação registrada para fevereiro em 16 anos, desde que o instituto de pesquisa implantou seu sistema de monitoramento por imagens de satélite.
Com isso, o acumulado do ano ficou como o segundo maior desde 2008, atrás apenas de 2022. Em janeiro e fevereiro deste ano, a Amazônia perdeu 523 km² de floresta, o equivalente a quase 900 campos de futebol por dia.
Mato Groso, com 157 km² desmatados, Pará, com 63 km², e Amazonas, com 55 km², seguem no topo do ranking dos estados com as maiores áreas derrubadas.
Coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, o pesquisador Carlos Souza Jr. afirma que esse aumento evidencia a necessidade das políticas de combate ao desmatamento anunciadas pelo governo federal serem colocadas em prática de forma urgente e em parceria com os estados nas florestas sob maior risco de derrubada.
“Através da ciência e da tecnologia, inclusive da inteligência artificial, conseguimos identificar em cada estado quais são as áreas sob maior ameaça de devastação e disponibilizamos essas informações à toda a sociedade por meio do site da plataforma PrevisIA. Os governos podem intensificar e direcionar os esforços de fiscalização para salvar essas florestas”, explica.
Altamira e São Félix do Xingu são os mais críticos
Responsável por 9% de vegetação nativa perdida na Amazônia, no período, em solo paraense, a devastação segue avançando em municípios críticos como Altamira e São Félix do Xingu. Juntos, eles somaram 44% (28 km²) de todo o desmatamento registrado no estado.
Além disso, cinco das 10 unidades de conservação mais desmatadas ficam no Pará. Juntas, elas concentram 90% (22 km²) de toda a devastação ocorrida nesse tipo de território na Amazônia, sendo 75% (18 km²) apenas dentro da APA Triunfo do Xingu.
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Fonte: Imazon