O desmatamento na Região Amazônica registrou queda de 19% em novembro, na comparação ao mesmo período de 2020, e e a menor área desmatada para o mês desde 2015, com 249 km². São meros 60 km² a menos que os 309,76 km² de desmatamento registrados no mesmo mês de 2020.
A queda de 60 km² de desmatamento registrada em novembro é uma miséria quando comparada com os dados consolidados do sistema PRODES/INPE, que apontaram para a perda de 13.235 km² de vegetação na Amazônia entre agosto de 2020 e julho de 2021, um aumento de 22% em relação ao período anual anterior, o pior índice em 15 anos. É como se uma pessoa de 130 kg comemorasse a perda de 60 g.
Os dados do sistema Deter-B (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram apresentados na terça-feira, 14/12, pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
No evento, o ministro do Meio Ambiente prometeu uma atuação do governo mais forte em relação a crimes ambientais. “Os resultados estão começando a aparecer, nesses últimos quatro meses, e nós devemos caminhar mais contundente, de forma mais integrada, Ministério da Justiça, Ministério da Defesa e Ministério do Meio Ambiente, para atingir os objetivos que todos nós queremos. O governo federal atuará de forma contundente em relação aos crimes ambientais”, prometeu Leite.
O ministro se esquece que o período de chuvas na Amazônia (novembro a fevereiro) se caracteriza historicamente por baixos índices de desmatamento, já que a chuva dificulta a derrubada da floresta. Da mesma forma, a maior incidência de nuvens na região também dificulta o trabalho de monitoramento via satélite do DETER-B. Além disso, os dados DETER para os primeiros três meses (agosto a outubro) do atual ciclo anual figuram entre os três maiores da série histórica para os respectivos meses.