Falar em Amazônia nunca esteve tão em alta, principalmente neste 21 de março, quando se comemora o Dia Internacional das Florestas. Não apenas porque a maior floresta tropical do mundo vai abrigar a COP30, em novembro, mas pelo papel vital que ela desempenha no combate à crise climática.
Sua importância fica ainda mais evidente nesta semana quando um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma das fontes mais confiáveis do mundo de atualizações climáticas, mostrou que o planeta, mais quente do que nunca, pede socorro.
A Floresta Amazônica é um dos maiores sumidouros de carbono do planeta, ou seja, ela absorve mais CO2 do que libera, ajudando a diminuir o aquecimento global.. Ela influencia os padrões de chuva em toda a América do Sul e em outras partes do mundo, através da evapotranspiração, que é o processo pelo qual a água é devolvida à atmosfera pelas plantas. Como se fosse pouco, a Amazônia ainda ajuda a regular a temperatura global, pois a floresta densa e úmida ajuda a resfriar o ar.
Isso sem contar que ela abriga uma enorme variedade de espécies de plantas e animais, muitas das quais são únicas e ainda desconhecidas pela ciência.
Por todos esses serviços fundamentais para regular o clima , é urgente livrar a Amazônia de uma série de ameaças interligadas, que podem se resumidas em um conjunto de atividades humanas que impulsionam o desmatamento e a degradação.
As maiores ameaças
A conversão de floresta em pastagens para criação de gado e em áreas de cultivo, especialmente para soja, é a principal causa do desmatamento na Amazônia. A extração ilegal de madeira contribui para a destruição da floresta e para a perda de biodiversidade. A mineração ilegal causa graves danos ambientais, como a contaminação de rios por mercúrio e a destruição de habitats.
Nossa floresta ainda sofre com as mudanças climáticas, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, que aumentam a frequência e a intensidade de secas e incêndios. Esses eventos extremos agravam a degradação da floresta e podem levar ao seu colapso.
Isso porque os altos índices de desmatamento não fazem só diminuir a cobertura verde e reduzir a biodiversidade em uma área, mas também leva ao aumento das emissões de CO2, já que há menos árvores para absorver. Com mais gases na atmosfera, as temperaturas vão aumentando e os ciclos de chuva e calor também são alterados.
Mas não é só isso. Menos floresta também é sinal de menos diversidade de alimentos na nossa mesa e menos renda para muitas populações. Já pensou uma alimentação com menos castanha, menos açaí, menos pupunha, menos cupuaçu, menos cacau? Todos esses produtos são produzidos e extraídos de florestas que estão cada vez mais encurraladas pelo fogo e pela serra elétrica. Além disso, as comunidades que sobrevivem protegendo e trabalhando com o que vem da mata também são diretamente atingidas.
As principais armas
Mas se as ameaças são diversas, as ações para combatê-las também são. Tudo começa com o fortalecimento da fiscalização e do controle do desmatamento. É fundamental também incentivar atividades econômicas sustentáveis, fomenttar práticas agrícolas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e criar mecanismos de pagamento por serviços ambientais.
Ações de reflorestamento e restauração de áreas degradadas são também essenciais para recuperar a capacidade da floresta de absorver CO2.
Em tempos de COP30, o mais importante evento climático está sendo realizado pela primeira vez na floresta. É necessário cobrar por mais medidas efetivas que ajudem a construir um futuro sustentável. A proteção da Amazônia é a ação essencial para proteger todo o planeta.