O Equador realizou um referendo histórico no domingo, 20. A população decidiu por meio de uma consulta popular encerrar a exploração de petróleo no Parque Nacional Yasuní, uma das áreas ambientais mais ricas do mundo, declarada “reserva da biosfera” pela Unesco em 1989.
Isso faz do Equador o primeiro país a proibir, por meio de um referendo, a exploração de combustíveis fósseis em uma área ambientalmente delicada.
“Esperamos que nosso exemplo inspire outros países”, disse à BBC antes da votação Pedro Berneo, um dos líderes do Yasunidos, grupo ambiental que faz campanha há dez anos pelo referendo.
A frase de Berneo para se endereçar ao Brasil. Por aqui, o governo federal e políticos dos estados amazônicos têm buscado expandir a exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas.
Considerada uma região de sensibilidade socioambiental, a foz abriga Unidades de Conservação, Terras Indígenas, mangues, corais e esponjas, além de biodiversidade marinha com espécies ameaçadas de extinção, como boto-cinza, boto-vermelho, cachalote, baleia-fin, peixe-boi-marinho, peixe-boi-amazônico e tracajá.
Além dessas questões, a Agência Internacional de Energia enfatiza que, para estabilizar o aquecimento global em conformidade com o Acordo de Paris, nenhum novo projeto de combustíveis fósseis deve ser autorizado em qualquer parte do mundo.
A decisão do Equator acontece dois dias depois de O Ministério Público Federal (MPF) enviar nova recomendação pedindo que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negue o pedido de reconsideração da Petrobras para explorar a foz do Rio Amazonas.