Os números acumulados das operações empreendidas por equipes da Polícia Federal, IBAMA e outros órgãos do governo federal contra o garimpo ilegal e outros crimes ambientais neste ano impressionam – ainda mais pelo contraste com o que vinha sendo feito até o ano passado.
O Globo trouxe alguns desses dados: nos primeiros oito meses de 2023, um total de 1.595 máquinas foram apreendidas, com outras 402 destruídas. No total, 1.997 equipamentos foram retirados de operação dos criminosos, o que equivale a pelo menos oito por dia até o final de agosto.
“Nunca se teve notícia de tanto garimpo ilegal na Amazônia como hoje, é verdade, mas também nunca se viu ações de combate a esses crimes como acontece hoje”, observou Jair Schmitt, diretor de proteção ambiental do IBAMA. “Há outra postura no IBAMA e órgãos de apoio, com mais enfrentamento, o que é resultado direto do apoio institucional que passamos a ter”.
A mudança em números
Apreensão de máquinas
Em média, oito equipamentos, como balsas e restroescavadeiras, foram apreendidos ou dettruídos por dia na Amazônia em 2023.
- Durante o governo anterior, a média de máquinas apreendidas foi de 894 por ano, enquanto apenas nos primeiros oito meses 2023, esse número aumentou em 78%.
- O número de destruições de máquinas também cresceu em 171%.
Impacto financeiro no garimpo
A apreensão e destruição de máquinas têm impactado financeiramente o garimpo ilegal. Muitos equipamentos confiscados têm alto valor, como balsas com dragas e retroescavadeiras:
- Estima-se que o prejuízo operacional ao garimpo em 2023 ultrapasse R$ 500 milhões.
Aumento nas autuações e multas
As operações resultaram em um aumento significativo no número de autuações ambientais:
- Nos primeiros oito meses de 2023, foram aplicadas 4.394 multas, um aumento de 151% em relação às 1.753 multas registradas, entre 2019 e 2022..
- O valor total das multas aplicadas aumentou 115%, chegando a R$ 2,32 bilhões.
Foco em terras indígenas
As operações têm se concentrado em terras indígenas, que são alvo frequente do garimpo ilegal e da exploração madeireira ilegal.
O avanço das operações tem contribuído para desmantelar essas atividades criminosas, incluindo a destruição de acampamentos de garimpo e a apreensão de equipamentos dentro das terras indígenas.
Necessidade de ações políticas
Além das operações de fiscalização, especialistas destacam a importância de ações políticas para garantir a preservação ambiental a longo prazo.
Temas como flexibilização do licenciamento ambiental, marco temporal das terras indígenas e regulamentação de agrotóxicos estão em discussão no Congresso Nacional e podem impactar significativamente o controle ambiental no País.