A nova leva de doações anunciadas ao Fundo Amazônia ainda não chegou aos cofres do BNDES. Um levantamento apresentado pela instituição e destacado pelo Valor informou que, dos R$ 3,4 bilhões prometidos neste ano por diversos governos estrangeiros, apenas R$ 100 milhões foram efetivamente entregues, o que corresponde a pouco menos de 3% desse total.
A chegada lenta dos novos recursos não atrapalha o funcionamento do Fundo. Hoje, ele possui saldo de R$ 4,1 bilhões, que inclui os depósitos feitos por Alemanha e Noruega até 2019, mais os rendimentos dos últimos quatro anos de paralisação do Fundo. O valor também inclui os R$ 100 milhões que entraram neste ano, decorrente de uma nova doação da Alemanha.
Mesmo assim, a lentidão das doações incomoda representantes brasileiros. Outro problema, que frustra principalmente ambientalistas, é a demora do governo federal na liberação de recursos que já estão disponíveis. Desde a retomada do Fundo, no começo do ano, apenas dois novos projetos foram contratados, ambos ainda da leva de iniciativas que ficaram paralisadas quando o Fundo foi congelado em 2019, no começo do governo Bolsonaro.
Enquanto se desdobra para acelerar a aprovação de novos projetos e a injeção de novos recursos no Fundo Amazônia, o governo federal também trabalha por um “desmame” dos governos estaduais que hoje contam majoritariamente com recursos dessa fonte para financiar projetos de conservação ambiental.
De acordo com Ana Carolina Amaral na Folha, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima quer replicar a estrutura do Fundo Amazônia para criar um novo mecanismo de financiamento voltado especificamente para a proteção de biomas. Ao mesmo tempo, os governadores do Consórcio Nordeste buscam apoio internacional para estruturar outro fundo alternativo, voltado à proteção da Caatinga.