Embora os índices de desmatamento nas Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami registraram quedas expressivas neste ano, o garimpo ilegal devastou 580 campos de futebol somente nestes territórios. Foram 417 hectares destruídos, segundo levantamento feito via satélite realizado entre janeiro e junho deste ano, pelo Greenpeace. De acordo com o estudo, garimpeiros têm aberto novas áreas no entorno de regiões já exploradas como forma de dificultar a detecção por imagens de satélite.
A TI Kayapó, localizada entre os Estados do Mato Grosso e Pará, foi a mais afetada, com 227 hectares perdidos para a atividade ilegal, o que representa 54.4% dos alertas no período. Em comparação ao mesmo período de 2023, porém, houve uma queda de 60,18% na abertura de novas áreas na região, segundo a organização ambiental.
A TI Yanomami vem em segundo, com 169 hectares devastads nos seis primeiros meses do ano, uma redução de 5,92%. A TII Munduruku registrou 4,87% do total acumulado no semestre.
Os resultados são oriundos do sistema de alertas de monitoramento Papa Alpha, utilizado pelo Greenpeace Brasil.
Até dezembro de 2023, a área devastada pelo garimpo nos territórios Kayapó, Munduruku e Yanomami totalizava mais de 26 mil hectares – isso é mais de 90% das ocorrências de garimpo dentro de territórios indígenas no Brasil. De acordo com a Constituição Federal, é ilegal garimpar nos territórios dos povos originários.