O município de Curralinho, no arquipélago do Marajó, recebeu nesta segunda-feira, 11, uma comitiva do Governo Federal que anunciou investimentos no programa Sanear Amazônia que vão beneficiar a região, além dos estados do Acre, Amapá, Amazonas e Rondônia. A previsão é que cerca de R$ 150 milhões sejam destinados à implantação tecnologias sociais de acesso à água, além de R$ 60 milhões para iniciativas de inclusão produtiva, totalizando assim R$ 210 milhões em investimentos.
A ação é parte da retomada do programa Sanear Amazônia, que foi descontinuado no governo anterior. O foco é o atendimento das demandas de populações de florestas nacionais, reservas extrativistas, comunidades remanescentes de quilombos e projetos de assentamento agroextrativistas. No total, 4.625 famílias rurais de baixa renda devem ser beneficiadas, sendo que 3.352 delas serão do Pará.
Durante a solenidade, os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram o acordo de cooperação técnica que destina R$ 150 milhçoes para o lançamento dos editais e seleção das propostas para implantação de cisternas. Prefeitos dos municípios do arquipélago, o governador Helder Barbalho e a vice-governadora Hana Ghassan também acompanharam a cerimônia.
“A novidade é que nós estamos trazendo o Fundo Amazônia para financiar. Esperamos com isso poder ampliar e chegar na Amazônia toda. No ano passado, aqui no Pará nós já disponibilizamos essa tecnologia para 260 escolas do Marajó”, destacou Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Bolsa Verde
Já a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, esclareceu que, além do acesso à água e ao saneamento, há outras políticas públicas incorporadas ao trabalho. Entre elas estão a disponibilização de assistência técnica para acompanhamento das atividades produtivas e fomento à proteção da floresta por meio do Bolsa Verde, que remunera os serviços ambientais prestados pelas populações tradicionais. O recurso direcionado para assistência técnica e extensão rural é de R$ 60 milhões.
“O Fundo Amazônia quer dar escala a grandes programas não só para enfrentar o desmatamento, mas para levar dignidade e qualidade de vida para os povos da floresta e para a população rural da Amazônia”, pontuou Tereza.
Na cerimônia, o ministro Silvio Almeida apresentou ainda ações que o governo vem desenvolvendo para promover a cidadania e proteger os direitos de crianças e adolescentes na região. Por sua vez, a ministra Marina Silva ressaltou que há um empenho para combater o desmatamento na Amazônia e estimular estratégias sustentáveis para o desenvolvimento da região.
“Nós estamos fazendo um trabalho para que a Amazônia não seja vista apenas como um lugar do garimpo ilegal, da exploração de madeira, do desmatamento ilegal, mas uma Amazônia que respeita seus povos extrativistas e tradicionais e que ajuda os seus empresários a terem investimento de base sustentável”, frisou Marina Silva.