Operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para retirada de rebanho bovino da Terra Indígena (TI) Ituna-Itatá, no Pará, iniciada em agosto de 2023, foi retomada nesta semana.
O objetivo é cumprir decisão judicial no âmbito da Ação Civil Pública e impedir a entrada de novos invasores, combater os crimes ambientais na região e propiciar a regeneração natural da floresta. Ainda permanecem no território cerca de 700 bovinos distribuídos em áreas mais remotas.
O Instituto, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizou o transporte de 118 bovinos e 12 equinos para fora da TI. A logística contou com seis caminhões e oito viaturas.
De agosto a dezembro do ano passado, foram retirados da Ituna-Itatá 1.830 bovinos. Em 2024, até então, haviam sido removidas cerca de 200 cabeças de gado. As ações haviam sido interrompidas devido às chuvas na região.
As ações de fiscalização realizadas na TI impediram o avanço do desmatamento, reduzindo-o a zero, e a entrada de invasores no território indígena, que sofreu com desmatamento entre 2018 e 2021, sendo alvo de conflitos e ameaças à consolidação do processo de demarcação do território.
TI Ituna Itatá é uma das mais desmatadas do Brasil e possui aproximadamente 142 mil hectares.
O gado será doado à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), onde os recursos serão revertidos para criação de rebanhos permanentes destinados ao ensino e à pesquisa na fazenda experimental, localizada no Município de Santarém (PA).