Após três anos exatos do infeliz “Dia do Fogo”, um dos assentamentos mais afetados por esse crime está novamente sob ataque. Desde o dia 11/08, última quinta-feira, as famílias do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa têm passado por momentos de terror. O incêndio deixou a população sem casa, com riscos de problemas respiratórios, sem energia e comunicação.
Os assentados estão sob a mira de ameaças dos fazendeiros da região. Esse mesmo assentamento foi um dos mais afetados pelo Dia do Fogo, que ocorreu nesse mesmo período em 2019.
A área que vem sendo devastada por fazendeiros e grileiros há anos abriga hoje, como resultado do Dia do Fogo, campos de soja e atividade agrícola proibida no local, que é terra destinada à reforma agrária. Pelo menos 5 assassinatos já ocorreram no PDS em decorrência de conflitos com fazendeiros e grileiros da região.
A organização Agro É Fogo divulgou uma carta de solidariedade exigindo que “os órgãos competentes como o Ministério Público Federal, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Pará, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ministério Público do Estado do Pará, Delegacia de Conflitos Agrário do Estado do Pará, INCRA e IBAMA, tomem medidas EFICIENTES E URGENTES que protejam o PDS Terra Nossa e seus moradores”. Entre as organizações que assinam o documento está a Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Polícia Federal que instaure inquérito para apurar novas invasões e ameaças.