Julho será o mês mais quente já registrado na história, de acordo com anúncio do serviço de observação Copernicus, ligado ao programa espacial da União Europeia, nesta quinta-feira, 27. Os dados das primeiras semanas deste mês indicam que a temperatura média global temporariamente excedeu o limite de 1,5ºC acima do nível pré-industrial durante a primeira e a terceira semana do mês
“A era do aquecimento global acabou, agora é a hora da era da fervura global — alertou O secretário-geral da ONU, António Guterres. “A mudança climática está aqui. É assustador. E isso é apenas o começo”.
As altas temperaturas estão associadas às ondas de calor que afetaram a América do Norte, Ásia e Europa, bem como aos incêndios florestais em países como Canadá e Grécia, causando sérios impactos na saúde da população, no meio ambiente e na economia.
De acordo com o relatório da Universidade de Leipzig, na Alemanha, a temperatura média global de julho deve ficar entre 1,3ºC e 1,7ºC acima da média para o mês. Isso representa um aumento de 0,2ºC em relação a julho de 2019, quando foi alcançado o recorde atual.
Guterres comentou os dados e destacou a urgência de ação climática, enfatizando que não há mais desculpas e que os líderes precisam liderar. Ele ressaltou a importância de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e exortou os países do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, a adotar medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
“Não podemos continuar esperando que outros façam algo primeiro”, disse, na sede da ONU, em Nova York. “Já não há tempo para isso.”
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) também alertou sobre a urgência de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, considerando a probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado e a possibilidade de as temperaturas globais ultrapassarem 1,5ºC acima da média histórica.
O clima extremo registrado em julho é uma realidade das mudanças climáticas, e é essencial acelerar a transição para energias renováveis e alinhar os objetivos com o limite de 1,5ºC para evitar impactos ainda mais graves no futuro. O fenômeno não é apenas atribuível ao El Niño, mas também ao contínuo lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera.