Sete em cada dez (72%) moradores da região Norte avaliam que os eventos climáticos extremos, como as secas que afetaram a Amazônia nos últimos dois anos, foram piores em 2024. As principais mudanças notadas foram o aumento de temperatura (91%), a redução na frequência das chuvas (76%) e a seca mais grave (78%). A percepção sobre a diminuição de chuvas chega a 81% entre os moradores de regiões metropolitanas e as secas mais severas foram lembradas por 84% dos moradores do interior.
Esse é um dos resultados da pesquisa “A visão do Norte sobre mudanças climáticas”, feita pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
O estudo, que ouviu 1.195 pessoas entre 12 e 17 de dezembro do ano passado, revela que a maioria da população está preocupada com o agravamento desses casos. Para 50%, os eventos extremos foram piores do que o normal, 22% consideram que foram muito piores, 19% dizem que os eventos do ano passado foram iguais aos anteriores, 4% melhor que o normal, 2% muito melhor que o normal e 3% não souberam ou não responderam.
Esse entendimento está presente principalmente nas parcelas da população que vive em regiões metropolitanas (34%), tem renda familiar acima de 5 salários mínimos (35%) e ensino superior (31%).
“A região Norte tem sofrido com secas severas e outros eventos climáticos extremos nos últimos anos e a pesquisa mostra como os moradores têm percebido essas mudanças com mais intensidade. Os dados também revelam que a população considera o problema grave e tem uma perspectiva pessimista em relação ao futuro”, afirma o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski.
Mudanças climáticas: problema ou crise?
Outro ponto abordado na pesquisa é a percepção sobre as mudanças climáticas. De acordo com o estudo, mais da metade (51%) acredita que as mudanças climáticas são um grande problema, mas não uma crise; outros 27% consideram uma crise; 10% dizem que é um problema menor; 6% acham que não é um problema e outros 5% não souberam ou não responderam.
Esta visão crítica está mais presente entre os jovens de 16 a 24 anos (41%), pessoas com ensino superior (40%), renda acima de 5 salários mínimos (44%) e moradores de regiões metropolitanas (38%).
Além disso, o entendimento de que o estado onde mora está passando por mudanças climáticas chega a 96% das respostas. Somente 3% negam esse cenário e 1% não soube ou não respondeu.
Já a perspectiva para o futuro também não é boa na visão dos moradores. Nos próximos 5 anos, 65% acham que os eventos climáticos serão mais fortes. Para 18%, os eventos serão moderados, 6% acham que serão menos fortes, 2% muito menos fortes e 9% não souberam ou não responderam.
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