Rios com níveis críticos, comunidades isoladas, perdas bilionárias na agricultura e na geração de energia, além da intensificação de incêndios florestais. Estes são efeitos da pior seca da história do Brasil. Com impactos devastadores em diversas regiões do País, a estiagem, que se iniciou em junho de 2023, já dura 18 meses e, segundo especialistas, não há previsão de término a curto prazo.
De acordo com dados do Cemaden obtido pelo G1, mais de 130 municípios brasileiros vivenciaram nove meses consecutivos de estiagem, evidenciando a gravidade da situaçã. Essa crise hídrica complexa é, segundo especialistas, resultado da combinação de fatores naturais, como o fenômeno El Niño, e atividades humanas, o desmatamento e o uso do fogo de forma ilegal, que agravaram a seca e provocaram uma intensa poluição do ar em diversas regiões do país.
No mapa, publicado pelo site, é possível ver quanto tempo uma cidade está sofrendo com a estiagem. Em Tucumã, no Pará, são 13 meses de estigem. Em Jacareacanga, são 8 meses, São Félix do Xingu, 5 meses, e Novo Progresso, 4 meses.
A seca, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) , afetou 2,8 milhões de pessoas. E como consequência da falta de chuva, veio o fogo, que se alastrou pelo País, acentuando ainda mais a crise. Uma nuvem densa de fumaça se formou e chegou a uma extensão de quase 5 milhões de quilômetros quadrados, ou 60% de todo o território nacional.
O Pará sentiu esses efeitos fortemente como o estado que liderou em número de focos de calor: 54.561. Os municípios mais impactados são os de São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso (4.787). Já Santarém, coberta de fumaça, foi classificada como a segunda mais poluída do planeta.