Levantamento realizado pelo MapBiomas revela que quase três quartos (72,5%) da área dos alertas de desmatamento emitidos sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) têm sinais de ilegalidade. No Pará, 17,4% cruzam com as autorizações e ações de fiscalização divulgadas pela Secretaria de Estado de Meio e Sustentabilidade do Pará (SEMAS-PA). Isso representa cerca de 4% do número de alertas validados no estado.
Os dados são do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, do MapBiomas, que analisou mais de 254 mil avisos referentes ao período entre 2019 e 2022 em dez estados. Segundo o estudo, um em cada quatro hectares desmatados nos últimos quatro anos possuía autorização ou uma ação de fiscalização sobreposta.
Agora, a plataforma passa a contar com novas unidades federativas: Acre, Amazonas, Ceará, Espírito Santo e Rondônia. Esses cinco estados se somam a Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e São Paulo, que integram o Monitor da Fiscalização desde seu lançamento, em 2022.
O Monitor da Fiscalização usa como base as informações fornecidas por órgãos federais e estaduais por meio de transparência ativa, que são cruzadas com os alertas de desmatamento publicados pelo MapBiomas Alerta para identificar o quanto do desmatamento detectado no Brasil tem ações de fiscalização sobrepostas.
“De forma geral, o que os dados dos 10 estados monitorados mostram é que o país ainda tem um alto índice de ilegalidade, apesar do avanço de alguns estados, e que precisa melhorar muito na sistematização e publicização das ações de combate ao desmatamento desempenhadas pelo poder público”, explicou Ana Valdiones, do Instituto Centro de Vida (ICV) e coordenadora da plataforma.
Acesse o monitor da fiscalização aqui
Fonte: MapBiomas