Os alertas de desmatamento acumulados nos quatro primeiros meses de 2023 na Amazônia atingiram 1.132 km2, uma área 38% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Sistema DETER, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Essa redução detectada a partir de janeiro pode ser sinal de uma reversão na tendência da destruição do bioma, porém ainda é cedo para saber se a mudança vai se consolidar.
Em abril, a queda na área detectada de desmatamento foi de 64% em relação ao mesmo período em 2022, passando de 898 para 321 km2. E a notícia triste é que, no mês passado, o Pará liderou a lista de estados com maior área devastada, totalizando 19.709,59 km².
Entre agosto de 2022 e abril de 2023, a Amazônia perdeu 5.936 km2 . É o maior valor da série histórica para esse período, superando em 20% o que foi registrado no ano anterior.
Especialistas receberam os números de abril como sinal positivo, mas não se arriscam a falar em tendência de queda de desmatamento na Amazônia. Além dos números estarem num patamar muito alto, a temporada da seca, favorável ao desmatamento, ainda não começou.
Para garantir que as taxas de destruição continuem a cair, é preciso investir em fiscalização, além de incentivar outras inciativas como economia verde, criação de áreas protegidas e demarcações de terras indígenas.
Taxa de desmate oficial da Amazônia Legal caiu
O INPE também divulgou os novos valores consolidados do Sistema Prodes, que estabelece a taxa de desmate oficial da Amazônia Legal, confirmando uma queda de 11% na devastação em 2022, após quatro anos consecutivos de aumento. Embora a queda seja um bom sinal, a destruição ainda se mantém em patamares extremamente altos: com 11.594 km2.
A tendência de desmatamento na Amazônia foi de aumento a partir de 2012, com os valores praticamente triplicando em 10 anos. A maior aceleração ocorreu entre 2019 e 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, quando os níveis romperam a marca dos 10 mil km2.