Um novo estudo publicado nesta semana mostrou que o gás metano, um dos mais potentes causadores do efeito estufa que contribui para a mudança do clima, é quatro vezes mais sensível ao aquecimento do que o imaginado até agora. Isso significa que o tempo que o gás resiste na atmosfera aumenta na medida em que a temperatura média global aumenta, criando assim um ciclo vicioso de aquecimento.
Essa descoberta, divulgada na quinta, 7/07, sugere uma resposta para uma das dúvidas mais quentes da ciência climática dos últimos anos: a concentração desse gás na atmosfera vinha diminuindo desde meados de 2000 até 2007 e, desde então, vem sofrendo um crescimento acelerado. Nem mesmo a pandemia, que reduziu o ritmo de emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo, foi capaz de reverter esse quadro.
As emissões de metano provocadas pela humanidade representam cerca de 60% do total e vêm principalmente da agricultura, em particular das fazendas de carne bovina e arrozais, bem como de poços de petróleo e gás, minas de carvão, estações de tratamento de esgoto e aterros sanitários, informa “Um Só Planeta“. O metano também é emitido naturalmente de zonas úmidas, às vezes conhecidas como gás de pântano ou pântano, que compõe os 40% restantes.
Segundo os autores do estudo, o aquecimento recente do planeta está retardando o processo de degradação do metano na atmosfera, o que traz implicações bastante sérias para os esforços globais contra a mudança do clima.
Foi um resultado realmente chocante e destaca que os efeitos das mudanças climáticas podem ser ainda mais extremos e perigosos do que pensávamos, observou Simon Redfern, da Universidade Tecnológica de Nanyang (Cingapura), ao jornal britânico Guardian. Essa conclusão também reforça a importância de que o mundo diminua consideravelmente suas emissões de metano nos próximos anos. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
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