A seca na Amazônia, que tem castigado o Amazonas mais fortemente, mostra, a cada dia, reflexos bastante preocupantes também no Pará.
Um dos locais mais castigados no estado é o Rio Tapajós chegou a 94 centímetros no último domingo,8, ou seja, 38 cm abaixo da seca histórica registrada em 2010, para o mesmo período do ano, segundo dados da Defesa Civil de Santarém.
A Prefeitura Municipal de Santarém, por meio de decretos, já declarou situação de emergência em áreas específicas do município afetadas pela estiagem. Mas nenhuma delas em aldeia ou comunidade da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, onde vivem 23 mil pessoas em 74 comunidades e aldeias que têm sofrido com a estiagem.
Em função disso, a prefeitura recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal, na sexta-feira, 13, para que estude o caso.
“É importante avaliar a declaração do estado de emergência também para área da Reserva, a fim de mitigar ou erradicar os efeitos da estiagem aos povos e comunidades tradicionais que vivem na área”, destaca o MPF na recomendação
A população local tem sofrido com escassez de água e de alimentos, mortandade de peixes devido à vazante inconstante neste ano, além da dificuldade para locomoção pelas vias terrestre e fluvial na Reserva.
Organizações representativas dos povos e comunidades tradicionais estão se mobilizando para manter o abastecimento de água e alimentos aos moradores, contudo, os recursos são insuficientes diante da dimensão das necessidades da população, diz o MP.
De acordo com o MP, a partir do resultado, o município deve avaliar com urgência a hipótese de declaração de emergência nessa área, dado o risco humanitário em razão do iminente desabastecimento de água potável e de alimentos na região.
O documento, assinado pelo procurador da República Vítor Vieira Alves, estabelece o prazo de cinco dias para o estudo, a partir do recebimento da notificação.
Óbidos: estado de eergência
A Prefeitura de Óbidos, também no oeste do Estado, decretou estado de emergência por 180 dias nas áreas afetadas pela severa estiagem que tem causado impactos significativos nas comunidades ribeirinhas e urbanas do município.
O decreto oficial aponta que quase 9 mil pessoas foram afetadas em 39 comunidades ribeirinhas e urbanas de Óbidos. Um dos principais desafios enfrentados é a falta de água potável e as dificuldades de locomoção pelos rios devido ao baixo nível do rio Amazonas.