Alvo da devastação e de invasões para criação ilegal de gado, a Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, localizada no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, é uma das unidades de conservação mais ameaçadas no interior do Amazônia. Os problemas na Flona levaram o Ministério Público Federal (MPF) no Pará a acionar autoridades federais e estaduais para a retirada urgente do gado no interior da área.
A recomendação foi encaminhada à presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), à direção da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), à diretoria-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O documento indica a necessidade de demolição das estruturas relacionadas à criação de gado, de apreensão, destruição ou inutilização dos instrumentos utilizados para a prática dos crimes e de adoção de medidas para garantir que essas práticas não voltem a ocorrer, mantendo bases de fiscalização na Flona por, no mínimo, seis meses.
Ao G1 Pará, o ICMBio informou que concorda com o posicionamento do MPF e que “vai acatar a recomendação e a equipe técnica já está planejando a operação”.
Com uma área de 1,3 milhão de hectares, a Flona do Jamanxim figura na lista das cinco unidades de conservação mais desmatadas da Amazônia, segundo o Imazon. Segundo dados do próprio ICMBio, desde a sua criação, em 2006, aproximadamente 115 mil campos de futebol viraram pastagem ilegal, o que corresponde a cerca de 10% da área total.
Segundo as estimativas, há cerca de 100 mil cabeças de gado na Flona do Jamanxim e em outras duas outras áreas protegidas da região: as Flonas Crepori e Itaituba II., contudo em torno de 85% das vendas de animais são oriundas do Jamanxim.