Calor intenso no mundo e menos chuva na Amazônia nos próximos cinco anos, prevê ONU
Nos próximos cinco anos, as temperaturas globais devem bater a marca dos registros atuais por causa da combinação dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño, que está ocorrendo naturalmente.
O alerta é da Organização Meteorológica Mundial, OMM. Em relatório, divulgado nesta quarta-feira, 17, a agência da ONU afirma que existe 98% de chance de um, dentre os próximos cinco anos, ser o mais quente desde o início de registros das temperaturas globais. No Brasil, o destaque fica com a Amazônia, com a previsão de queda do regime de chuvas, o que impactaria a agricultura brasileira.
Os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027 se comparados a 1991-2020 sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria. E uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.
Conhecido como Atualização Global Anual para Decadal do Clima, o relatório é produzido pela agência da ONU em parceria com especialistas do Reino Unido.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, especificada no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, mas sim um alarme de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.
O documento aponta uma probabilidade de 66% da temperatura média anual próxima à superfície global entre 2023 e 2027 ultrapassar os níveis pré-industriais de 1.5°C por pelo menos um ano.
Um outro fator é que o fenômeno El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, apareça num cenário de combinação de mudança climática induzida por seres humanos que levará as temperaturas globais para patamares desconhecidos.
Em 2022, a média de temperatura global foi de 1.15°C acima da média de 1850-1900.