Na semana passada, informamos aqui que o Pará figurava em segundo lugar em áreas de alertas de desmatamento na Amazônia em abril. Nesta quarta-feira, 11/05, os dados mostram que uma área de floresta do tamanho da cidade do Rio de Janeiro foi posta abaixo no bioma. A trinca de desmatadores são Mato Grosso, em primeiro; Amazonas, em segundo; e Pará, em terceiro. Os três Estados amazônicos se revezam de posição de tempos em tempos nesse quesito.
Mato Grosso desmatou pelo quarto mês consecutivo, com 372 km² derrubados, ou 31% de toda a destruição registrada na região. O Amazonas, com 348 km² desmatados (29%), e o Pará, com 243 km² (20%).
Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectaram uma perda de 1.197 km², 54% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2021. Com isso, a região teve o pior abril dos últimos 15 anos, desde que o instituto iniciou o monitoramento por satélites, em 2008.
Porém, se levarmos em conta o período de agosto de 2021 a abril de 2022, os primeiros nove meses do chamado “calendário do desmatamento” da Amazônia, que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte, é o Pará que lidera com 38% do desmatamento acumulado. No Estado, há um problema grave em relação ao aumento da devastação dentro das áreas protegidas.
“Em abril, por exemplo, 40% de toda a devastação registrada no Pará ocorreu apenas dentro de cinco unidades de conservação: 95 km². Por isso, é necessário intensificar as ações de proteção nesses territórios, que foram criados justamente para que a floresta fosse conservada, o que não está ocorrendo”, alerta a pesquisadora Larissa Amorim.
Sinal de urgência
Esses dados servem como um sinal de urgência para que ações sejam implementadas antes que a estimativa de 15 mil km² derrubados entre agosto de 2021 e junho de 2022 vire realidade. A previsão é da plataforma de inteligência artificial PrevisIA, que vem se mostrando uma ferramenta assertiva ao indicar as áreas sob maior risco de desmatamento na Amazônia.
Isso porque, de toda a área de floresta derrubada nos últimos nove meses, 75% estava em um raio de até 4 km do ponto estimado pela plataforma. Para avaliar essa assertividade, pesquisadores do Imazon, instituição responsável pela geração de dados da PrevisIA, cruzaram as áreas que a ferramenta indicou estarem sob risco de devastação entre agosto de 2021 e julho de 2022 com o desmatamento já detectado pelo SAD entre agosto e abril.
Fonte: Imazon
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