Após cerca de três meses de forte seca e vivendo uma situação de escassez hídrica, o Rio Tapajós dá os primeiros sinais de recuperação. De acordo com o boletim da Defesa Civil de Santarém divulgado na segunda-feira, 18, o nível do rio está em 58 cm, que é 24 cm acima do registrado na mesma data do ano passado.
O valor ainda é bem abaixo da cota de alerta que é de 2,10 metros, mas é um indicativo de melhora já que a região vem recebendo chuvas com mais frequência, o que deve se intensificar até o final do mês, de acordo com o monitoramento meteorológico. A previsão representa um alívio, principalmente para comunidades ribeirinhas que enfrentam dificuldades de locomoção e acesso à água e alimentos.
Outra boa notícia é que o Ministério da Saúde reconheceu os filtros com nanotecnologia como estratégia eficaz para a purificação da água. A solução já é adotada na região pela iniciativa do Projeto Saúde e Alegria (PSA) que três anos já distribuiu 5.300 sistemas de filtros, beneficiando mais de 7 mil famílias dos territórios do Baixo Amazonas, em aldeias Munduruku do Tapajós, além de comunidades das Ilhas de Belém e até de municípios do Rio Grande do Sul atingidos pelas enchentes neste ano.
“Ficamos felizes de estar contribuindo para aprimorar também as políticas de acesso à água para quem precisa. Essa Nota do MS dá um resguardo a mais aos projetos e aplicações dessa tecnologia no Brasil, e o mais importante, é um passo para tornar os filtros elegíveis para as políticas públicas, sejam via emendas parlamentares, municípios, estados, órgãos federais, e outros, permitindo assim escalar essa solução via governos para um número muito maior de famílias”, destaca o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.
Os kits destruídos contam filtros em que há uma micromembrana de nanotecnologia capaz de filtrar até 99,99% das impurezas da água. O equipamento pode ser acoplado em qualquer reservatório e tem vida útil de até cinco anos, sendo um aliado das famílias que vivem em um contexto de secas severas ou que têm acesso principalmente às águas superficiais de rios e igarapés.
“Com essa estiagem severa, as águas concentradas ficam ainda mais impróprias e barrentas. Mesmo nesses pequenos filetes, os filtros de nanotecnologia conseguem operar. São essenciais também na chegada das chuvas e subida das águas com os dejetos que estavam em terra, com os inícios de ano sempre como a época dos surtos de diarreias, sobretudo nas crianças”, afirma Caetano Scannavino ressaltando a importância da água de qualidade para a promoção da saúde.
Saiba como ajudar
O Pará Terra Boa une-se à campanha do Projeto Saúde & Alegria (PSA) em apoio aos povos ribeirinhos, indígenas, quilombolas e extrativistas, afetados pela seca severa que atinge a região do Baixo Amazonas. A campanha, que está sendo possível graças à parceria com organizações e movimentos sociais, inclui a distribuição de filtros de nanotecnologia para comunidades isoladas pela estiagem. Estes filtros, acoplados a baldes, promovem um verdadeiro milagre: transformam a água barrenta em potável.
E você pode ajudar, acessando o link:
https://www.doebem.org.br/organizacao_recomendada?org=saude_alegria&lang=pt