Um novo santuário de árvores gigantes foi revelado na Floresta Estadual (Flota) do Paru, no oeste paraense. mesmo local onde há dois anos houve a descoberta de um angelim-vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura e 3,15 metros de diâmetro. E o melhor, a maior árvore da América do Sul e a quarta maior do mundo não estava sozinha: os cientistas descobriram próximo dela pelo menos mais 38 outras árvores de grande porte, duas delas com mais de 80 metros de altura.
Organizada pelo Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com o Instituto Federal do Amapá (IFAP), a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e com financiamento do Andes Amazon Fund (AAF). uma nova expedição foi realizada, em maio deste ano, para aprofundar análises físicas e biológicas na região, o que levou à descoberta de um novo santuário de árvores gigantes.
A expedição revelou novos exemplares de árvores gigantes, incluindo angelins-vermelhos e outras espécies, com alturas superiores a 65 metros. O maior espécime registrado mede aproximadamente 73 metros de altura e 3 metros de diâmetro. Os achados indicam que a ocorrência de árvores gigantes é mais frequente e dispersa do que se esperava, aumentando a necessidade de proteger uma vasta extensão de floresta primária.
Para a engenheira florestal e técnica do Ideflor-Bio, Luciana Santos, a Flota do Paru, como UC de Uso Sustentável, exemplifica a importância da recategorização parcial da área para a Proteção Integral. A especialista destaca, ainda, a necessidade de preservar esses santuários e garantir a proteção da biodiversidade amazônica.
“Isso mostra o quanto devemos preservar realmente esses santuários, e mostra a importância do IDEFLOR-Bio enquanto órgão, recategorizar parcialmente essa área em uma nova categoria, de proteção integral. O estado precisa continuar presente na proteção da biodiversidade amazônica, uma biodiversidade grande”, afirmou Luciana Santos.
Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a descoberta do angelim-vermelho é um testemunho da grandiosidade e biodiversidade da Amazônia e simboliza a importância da preservação desse ecossistema único.
“Essa árvore monumental não só é a maior da América do Sul, mas também simboliza a importância da preservação desse ecossistema único. A recente expedição de 2024 reforça nosso compromisso em proteger essas áreas prioritárias, e a criação de uma área protegida dedicada às árvores gigantes é um passo crucial. O Governo do Pará, por meio do Ideflor-Bio, assim como nossos parceiros, está determinado a garantir que essas maravilhas naturais sejam preservadas para as futuras gerações”, enfatizou.
Nova Unidade de Conservação
A póxima etapa no processo de criação da UC das Árvores Gigantes será a realização de consultas públicas com os moradores do Distrito de Monte Dourado, em Almeirim, e que abrange essa porção da floresta. Essa ação busca assegurar que a comunidade local esteja envolvida e informada sobre os benefícios e objetivos da nova área protegida.
O Projeto “Árvores Gigantes Para Uma Nova Era – Áreas Protegidas no Estado do Pará” apoia essas ações, levando assistência técnica aos órgãos ambientais do estado e buscando fortalecer outras UCs no Pará. O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, destaca que a recategorização parcial da Flota do Paru representa o compromisso do estado com a conservação da Amazônia.
“É uma honra para a FAS prover apoio técnico e buscar parceiros financiadores para intensificar as ações de conservação e proteção no estado do Pará. A recategorização parcial da Flota é muito simbólica e representa o comprometimento do estado com a conservação da Amazônia”, ressaltou Victor Salviati