O chefe do braço climático da Organização das Nações Unidas (ONU), Simon Stiell, acredita que Belém tem questões logísticas a serem superadas para receber 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025.
“Acabei de passar dois dias aqui e certamente tive uma noção das qualidades históricas e culturais [de Belém], é uma cidade linda. Em termos de adequação para sediar uma conferência internacional e, especificamente, a COP, há muitas considerações logísticas que o governo precisa resolver”, afirmou, em entrevista à Folha e ao Valor, Stiell , que veio para a Cúpula da Amazônia.
Durante os Diálogos Amazônicos, que antecederam a Cúpula, a capital paraense recebeu 27 mil pessoas, de acordo com a Secretaria Geral da Presidência da República, que promoveu o evento. Para a COP30, a expectativa é que 70 mil pessoas passem pela cidade.
Segundo a ABIH, Belém conta hoje com 25.367 vagas para hospedagem, ou seja, apenas cerca de 30% do que precisaria para suprir a demanda.
Uma equipe técnica da ONU vem a Belém para conferir as exigências da COP30 no dia 27 de agosto, confirmou o governador do Pará, Helder Barbalho, a O Liberal.
Para Barbalho, no entanto, Belém passou no primeiro teste para sediar a conferência climática. “Sucesso absoluto”, comemorou no Estadão.
Na quarta-feira, 9, ele se reuniu com a diretora socioambiental do BNDES, nesta quarta, 9, para tratar justamente de financiamentos para estruturar a cidade para receber o evento daqui a dois anos. Além disso, o ministro das Cidades, Jader Filho, disse Ao Poder 360 que sua pasta tem carteira de R$ 1,7 bilhão em obras relacionadas à COP30.
Alternativas
Uma alternativa para a escassez de oferta de camas de hotel é hospedar os visitantes em barcos e navios. De acordo com reportagem da Terra, delegados poderão se deslocar diariamente de barco a partir de ilhas próximas, enquanto os chefes de Estado poderão ficar em navios de cruzeiro estacionados no porto, segundo autoridades governamentais.
A cidade planeja concluir um diagnóstico ainda este mês sobre todos os desafios a serem enfrentados nos dois anos até a cúpula, incluindo sistema de esgoto inadequado, estradas esburacadas e transporte público precário.