A operação Barulho do Xingu, da Polícia Federal, cumpriu, na quinta-feira, 24, seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, na Volta Gande Xingu, no município de Altamira. O objetivo é de reprimir a atividade ilícita que vem degradando o meio ambiente local, em especial às margens do Rio Xingu, onde há indícios de garimpo ilegal de ouro.
Segundo a PF, os mandados foram em áreas de garimpo, em funcionamento dentro de áreas de proteção da União. Os trabalhadores dos locais fugiram ao perceber a aproximação dos policiais. Ninguém foi preso.
Foram inutilizados 22 motores – usados na sucção da água para extração de ouro – e uma balsa. A inutilização é prevista em lei, para os casos em que é inviável a retirada de equipamentos apreendidos, para que não voltem a ser usados pelo crime.
Além de degradar um terreno público, o garimpo polui o Rio Xingu, o que tem reflexo negativo direto às terras indígenas Trincheira Bacajá, Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu.
A área da Volta Grande do Xingu é reconhecida por sua biodiversidade e pela presença de comunidades tradicionais e indígenas que dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência. Entretanto, nas últimas décadas, o avanço de atividades econômicas predatórias, como o garimpo ilegal, tem se tornado uma ameaça crescente, comprometendo a integridade dos ecossistemas e as condições de vida da população local.
O uso indiscriminado de mercúrio para separar o metal precioso dos sedimentos resulta na contaminação dos corpos d’água, afetando a fauna e as populações humanas que dependem dos rios para alimentação e outras necessidades básicas. O mercúrio, substância altamente tóxica, pode se acumular nos organismos aquáticos e atingir concentrações perigosas na cadeia alimentar, expondo as comunidades ribeirinhas a sérios riscos de saúde.
Além da contaminação dos rios, o garimpo ilegal também provoca a remoção da cobertura vegetal e a degradação do solo, contribuindo para a erosão e o assoreamento dos rios