Os representantes das nações com as maiores economias do mundo encerraram nesta quinta-feira, 3, as atividades do GT de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20. Em reunião realizada no Rio de Janeiro, o grupo divulgou um documento em que expressa suas preocupações e visões em torno de quatro temas transversais: adaptação a eventos climáticos extremos; pagamento por serviços ambientais; oceanos; e resíduos e economia circular.
“Reafirmamos nossos respectivos compromissos de intensificar ações urgentes para enfrentar as crises e os desafios impostos pelas mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desertificação, degradação dos oceanos e da terra, seca e poluição”, diz a declaração.
Para efetivar essa ambição, os países-membros destacam algumas medidas que devem ser construídas em conjunto, como o estabelecimento de um mecanismo de financiamento global para a proteção das florestas e o empenho para fixar contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) que estejam alinhadas com a meta de conter o aquecimento do planeta em 1,5º.
“São economias que detém cerca de 80% dos recursos financeiros; 80% das emissões de CO² e grande parte da população do nosso planeta. Se fizermos o dever de casa, com certeza estaremos dando uma grande contribuição para enfrentar o desafio que está posto que é o aumento da temperatura da terra acima de 1,5 graus. E, para isso, os compromissos tem que ser com NDCs robustas”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que coordenou o GT ao longo do ano.
Em relação aos temas prioritários apresentados pela presidência brasileira do G20, a declaração sobre clima e sustentabilidade destaca que os países pretendem ampliar os esforços para financiamento, planejamento e gestão de medidas para garantir a proteção do e conservação dos oceanos; e fortalecer os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais que são entendidos como formas de barrar e reverter a perda de biodiversidade e incentivar a restauração de ecossistemas com ganhos de capital.
Além disso, os países-membros entraram em consenso sobre a necessidade de avançar na formulação e implementação de políticas de adaptação, assim como cooperar para que estratégias semelhantes sejam desenvolvidas no Sul Global. Por fim, o documento reafirma o compromisso para reduzir a geração de resíduos e estimular práticas de economia circular, assim como de fomento à uma transição ecológica e justa, com geração de oportunidades para grupos de mulheres, trabalhadores informais e povos e comunidades tradicionais.
As pautas debatidas no GT de Sustentabilidade Ambiental e Climática e dos demais grupos serão discutidas novamente na Cúpula do G20 composta pelos chefes de Estado dos países participantes. A reunião marcada para o mês de novembro também no Rio de Janeiro será o momento para aprovar os acordos negociados ao longo do ano e para que as nações apontem conjuntamente como pretendem lidar com os desafios globais.