A 26ª Conferência do Clima, ou COP26 (Conferência de Mudanças Climáticas da ONU), foi iniciada no dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia. O evento ganha especial atenção por ser o primeiro encontro internacional sobre meio ambiente e crise climática que ocorrerá presencialmente após o início da pandemia.
Representantes de vários países presentes na conferência, com término no dia 12 de novembro, vão apresentar projetos de redução das emissões de gases de efeito estufa e medidas contra o desmatamento. O governador Helder Barbalho participa da mesa-redonda “Governadores pelo Clima”, nesta quinta-feira, 4/11, dentro da agenda do Brazil Climate Action Hub, que foi criado em 2019 por diversas organizações da sociedade civil brasileira para dar visibilidade à ação climática brasileira durante a COP25, realizada em Madri, na Espanha.
No caso do governo paraense, uma de suas principais vitrines é o programa Regulariza Pará, um dos eixos do Plano Estadual Amazônia Agora. Trata-se de uma promoção da regularização e ampliação das análises de Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Além desse programa, o governo do Pará também vai apresentar seu Plano Estadual de Bioeconomia; a plataforma Selo Verde, de rastreabilidade da pecuária; o Banpará-Bio, com foco em linha de crédito específica para quem trabalha com bioeconomia no Estado, e o Fundo Amazônia Oriental, que é mais um elemento de financiamento climático.
Um dos objetivos é deixar claro que o Estado do Pará está apto e habilitado para receber apoio e recursos das mais variadas formas e não apenas financiamento.
“O Pará hoje é um Estado que se deu a meta de que nós precisamos mudar a chave da economia local paraense para uma economia de baixo carbono, uma agricultura de baixo carbono, um plano de manejo florestal em escala e tudo aquilo que hoje está em linha contemporânea com a geopolítica mundial”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente, Mauro O’de Almeida, na semana passada.
O Pará chega à Escócia em desvantagem diante dos olhos do mundo. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Pará é o campeão de desmatamento em comparativo com o Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins, com uma área 15.644 metros quadrados. Isso mostra que mesmo que o desmatamento tenha diminuído nos últimos meses, o Estado está longe de solucionar o problema.
Para uma melhor compreensão, em setembro de 2021, 1.224 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia Legal, um aumento de 1% em relação a setembro de 2020, quando o desmatamento somou 1.218 quilômetros quadrados. Em primeiro, o Pará foi responsável por 39% das áreas desmatadas, seguido pelo Amazonas (21%), Rondônia (14%), Mato Grosso (12%), Acre (10%), Maranhão (2%), Roraima (1%) e Amapá (1%).
O governo estadual lembra que o mês de agosto apresentou uma redução de 39% nas áreas estaduais de alertas de desmatamento no Pará, com relação ao mesmo período de 2020. Já em todo o Estado a diminuição foi de 30% e, nos meses de junho, julho e agosto, tiveram redução de 25%, 32% e 30%, respectivamente, em comparação ao mesmo período de 2020. Os números relativos às áreas desmatadas, no entanto, são altos.
O que é a COP26?
A COP26, que começou neste domingo e seguirá até o dia 12, discute ações climáticas que possam fortalecer o combate ao aquecimento global com base nas metas do Acordo de Paris, pacto assinado em 2015.
A conferência ocorre em um momento em que eventos climáticos extremos – como secas, inundações e ondas de calor – têm sido cada vez mais frequentes.
O relatório do IPCC, painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU, mostrou este ano que o planeta deve ficar 1,5ºC mais quente do que na era pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do inicialmente previsto.
Por isso, decisões políticas tomadas pelos líderes ao longo da COP-26 são determinantes para salvar o planeta, mas há grandes desafios para chegar a um acordo.
Fontes: Agência Pará, Imazon e Terra Brasilis
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