As estratégias para colocar o Pará na vanguarda do desenvolvimento sustentável e das soluções para a crise climática foram os principais focos da participação do governador do estado, Helder Barbalho, no Simpósio do 20º aniversário da Tarugo – Ciências Políticas para o Futuro da Agricultura Sustentável, realizado em Brasília na quarta-feira, 12. As informações são da Agência Pará.
Em discurso para cientistas, formuladores de políticas públicas e estudantes, Helder ressaltou que o trabalho do estado é tanto no sentido do combate ao problema do desmatamento quanto para promover soluções baseadas na natureza a partir da bioeconomia. O objetivo, segundo ele, é explorar esse setor como um novo ativo florestal capaz de se tornar a nova commodity da Amazônia.
“Nós temos uma caminhada e uma luta para a neutralização das emissões do planeta. É a grande chance que temos de fazer com que o Brasil seja líder na commodity ambiental global. Se o Brasil é líder da commodity de alimentos, de minérios, o Brasil pode ser líder da commodity verde. E aí nós temos que fazer todos os esforços para construir a ambiência institucional para isso e para que o país, que tem estoque florestal, estabilidade e previsibilidade, seja cada vez mais atraente para o mercado”, disse.
Para o governador, o desafio é a mudança de paradigma para valorização da floresta viva e redução das emissões de gases do efeito estufa que se dá principalmente por meio do uso do solo em atividades da agricultura, pecuária e mineração.
“Estamos discutindo como garantir com que floresta viva possa valer mais do que floresta morta e nós estamos falando de um estado que tem cerca de 79% de floresta nativa. O nosso desafio é como fazer com que aquilo que está antropizado, derrubado, possa ser utilizado nas atividades tradicionais, intensificando produção, com políticas como a de restauro, por exemplo”, afirmou.
Nesse sentido, uma das oportunidades é a criação do sistema jurisdicional de créditos de carbono. A expectativa é que o governo faça a primeira emissão de 1 milhão créditos de carbono ainda em junho. A projeção é que o Pará possa comercializar 153 milhões de certificados e arrecadar cerca de R$ 12 bilhões.
“No Pará, estamos nos estruturando para fazer valer a monetização da redução das emissões, gerando crédito e comercializando esse crédito de carbono, por isso nós apostamos no Sistema Jurisdicional, contando com a parceria de povos e comunidades tradicionais, o que inclui ribeirinhos, extrativistas, indígenas, quilombolas e outras comunidades”, destacou Helder Barbalho.