O Governo do Pará informa nesta terça-feira, 4/01, que o Estado reduziu em 83% a ocorrência de focos de queimadas no último mês de dezembro, em comparação com a média histórica do período. Em relação ao mesmo período de 2020, a queda nas ocorrências de incêndios foi de mais de 70%. Como é sabido, o período mais crítico das queimadas na região amazônica é agosto e setembro.
Segundo o Boletim de Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais divulgado nesta terça-feira, 4/01, pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), foram registrados 650 focos de queimadas no estado, contra uma média histórica de 3.885 ocorrências no período.
Das 650 ocorrências de queimadas registradas por satélite, 381 ocorreram em áreas de floresta densa e 269 em áreas de agricultura, pastagens e em perímetro urbano. Foram observados focos de queimadas em 95 municípios. Óbidos, Oriximiná e Paragominas foram os municípios que apresentaram o maior número de ocorrências. Em Óbidos, foram registrados 40 focos de incêndio, em Oriximiná e Paragominas ocorreram 32 queimadas, em Santarém, 30, e em Viseu, 25 focos.
De acordo com o banco de dados da Semas e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de queimadas de dezembro de 2021 corresponde a uma redução em mais de 70% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve registro de 2.184 focos no Estado.
O Núcleo de Hidrometeorologia da Semas analisa os focos das queimadas a partir das condições meteorológicas que agravam ou atenuam a formação e propagação do fogo. O Núcleo também tem divulgado os boletins de monitoramento de queimadas para apoiar as Secretarias Municipais de Meio Ambiente, para que estas possam orientar pequenos produtores no manejo adequado do fogo. A divulgação dos boletins também auxilia o Corpo de Bombeiros e as Coordenadorias Estadual e municipais de Defesa Civil na tomada de decisão nas estratégias de prevenção e combate aos incêndios florestais.
As posses ou propriedades que apresentam queima ilegal são identificadas pelo Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cimam) da Semas, que fornece as localizações, por monitoramento remoto, de imagens de satélite. A partir desta identificação, os responsáveis são autuados pela Semas. O ato de provocar queimadas em florestas é enquadrado como crime ambiental, que pode ser punido com multas a partir de R$ 5 mil por hectare.
Capacitação
Em junho do ano passado, a Semas firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o programa Servir Amazônia, que tem a Nasa (National Aeronautics and Space Administration), Agência Governamental dos Estados Unidos, como um dos parceiros.
O programa capacita servidores no uso de ferramentas tecnológicas para detectar focos de incêndio no Pará. A cooperação prevê serviços como previsão e tipologia de incêndios, com foco na previsão do risco de incêndios sazonais, mapeamento de áreas suscetíveis a incêndios florestais e de incêndios em tempo real. Servidores da secretaria também são qualificados, por meio do Projeto Queimadas, do Inpe, em análise de dados e em qualificação de informações.