O calor excessivo dessa época do ano fez aumentar o nível de alerta em relação ao risco de queimadas no País. Na Amazônia, os dois maiores estados da região enfrentam situações preocupantes. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Pará lidera o registro de focos de calor, com 24.090 casos de janeiro a outubro deste ano. Já no Amazonas, a propagação de nuvens de fumaça tem prejudicado a qualidade do ar em Manaus. Os dados foram divulgados na sexta-feira, 13.
Os dados de satélite indicam que há uma queda de 22% na quantidade de focos de calor no Brasil no comparativo de 2022 com 2023. De acordo com o INPE, o País tinha registrados 162.116 focos de calor de janeiro a outubro do ano passado. Neste ano, foram 126.438 no mesmo período.
Os números também estão em queda quando se analisa o contexto do bioma amazônico. A esta altura de 2022, já haviam 94.568 registros na região, enquanto que até agora foram 66.591, o que representa uma redução de 29,6%.
Ainda assim, o fenômeno tem mobilizado a atenção da população local e do poder público. O Pará aparece no topo do ranking nacional desse problema com mais de 24 mil focos e responde por cerca de 36% de todos os focos da Amazônia. Além disso, o estado conta com os dois municípios com maiores números de alertas neste ano. Altamira e São Félix do Xingu tiveram 3.138 e 2.626 focos de calor, respectivamente.
Apesar disso, o INPE revela que há uma queda de registros ocorrendo após meses de altas exponenciais. Em junho, foram 682 focos; no mês seguinte foram 2.027; em outubro foram 6.725; e, em setembro, 9.507. Já em outubro, foram contabilizados 4.349 focos de calor até então. Isso significa uma redução de 54% entre os dois meses.
Por sua vez, o Amazonas passou de 6.991 registros em setembro para 2.704, o que indica uma queda de 61%. No entanto, os alertas estão superiores em comparação ao mesmo mês de 2022, quando houve 1.093 focos de calor.
Para conter o agravamento da situação, o Governo Federal anunciou medidas de reforço no combate a incêndios florestais, com aumento de 12% na equipe de brigadistas. O foco da atuação dos agentes é na contenção das queimadas que atingem o Amazonas, a região do Tapajós-Arapiuns, no Pará, além de outras operações no Maranhão e Mato Grosso.
“O principal vetor das queimadas é o desmatamento. Não existe fogo natural na Amazônia. Ou o fogo é feito propositalmente por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva,